A secretária municipal de Assistência Social, Fabíola Campos Lucas, representando a Prefeitura Municipal de Cáceres, e, o secretário estadual adjunto de Direitos Humanos, Kennedy Dias, representando a Secretaria de Estado de Assistência Social e Cidadania – SETASC – MT , visitaram a Associação de Remanescentes de Quilombos de Pita Canudos.
O secretário Kennedy Dias, prestou informações e esclarecimentos sobre a atuação do Estado junto às comunidades remanescentes de quilombolas.
Esclareceu que as comunidades quilombolas de Mato Grosso serão beneficiadas gratuitamente com cestas básicas, reforçando que as famílias foram selecionadas e cadastradas junto a Fundação Palmares, uma ação do Governo Federal realizada em parceria com o Governo de Mato Grosso. A SETASC-MT terá participação apenas na logística de distribuição desses alimentos, que serão entregues diretamente para as famílias beneficiadas. A ação em questão não tem relação com as cestas do Programa Vem Ser Mais Solidário.
Segundo a prefeita Eliene, boa parte dessas comunidades, como os quilombolas, ainda se encontram na invisibilidade, silenciadas por pressões econômicas, fundiárias, processos de discriminação e exclusão social. “A partir desse cenário, determinamos como foco para esta Gestão, a qualificação da oferta de seus serviços aos povos e comunidades tradicionais, trabalhando na lógica da matricialidade familiar e comunitária, levando em consideração a grande diversidade sociocultural das famílias como forma de dar o devido atendimento” disse.
Para a secretária Fabíola, “ao fazermos uma busca no sistema do Cadastro Único, encontramos o indicativo de 111 (cento e onze) famílias cadastradas, e destas, 48 (quarenta e oito) são beneficiárias do Programa Bolsa Família. Dessa forma, a Assistência Social deve aprofundar o diagnóstico e ofertar uma política pública culturalmente adequada e atenta às especificidades e ao arcabouço jurídico que deve permear a realidade dos Povos e Comunidades Tradicionais”, afirma.
A formação da comunidade remanescente quilombola Pita Canudos remete à história de um ancestral comum, Antônio Constantino Maciel de Campos, que fugiu com um grupo de negros escravizados de uma fazenda em Poconé e fixou residência na região da Morraria, localizada aproximadamente, a 10 km do município de Cáceres. O nome Pita Canudos é devido ao hábito que os antigos possuíam de fumar em canudos de bambu. Hoje o quilombo possui uma associação com cerca de 385 (trezentos e oitenta e cinco) remanescentes cadastrados.
As comunidades quilombolas obtiveram suas certidões de Autodefinição como Remanescentes de quilombo pela Fundação Cultural Palmares entre 2005 e 2017.