Saúde aponta que casos de dengue triplicaram em MT
Por Midia News
30/04/2012 - 08:54
Cuiabá já ganhou destaque nacional, nesta semana, como uma das cidades que mais registraram casos de dengue em 2012.
O levantamento divulgado, na quinta-feira (26), pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), mostra que o fato tem razão de ser: apenas neste ano, a cidade já registrou 4.506 casos da doença, quase 15 vezes mais do que o que foi registrado no mesmo período, em 2011.
Segundo o balanço da SES, Mato Grosso já registrou 15.541 notificações da doença, mostrando que os casos triplicaram em relação à 2011, quando apenas 5.305 casos da doença foram registrados.
Até o momento, 68 casos foram notificados como ocorrências graves, sendo 19 deles registrados na Capital e 17 em Várzea Grande, cidade que já soma 1.459 notificações da doença em menos de quatro meses, contra apenas 96 registrados em 2011.
No ranking estadual, o município de Sinop (505 km a Norte da Capital) aparece em segundo lugar, com 2.170 casos já registrados da doença, sendo que cinco foram casos graves de dengue.
Óbitos
Até o momento, seis mortes foram registradas no Estado, sendo três em Cuiabá (um confirmado e dois casos sob investigação), um em Várzea Grande, um em Sinop (sob investigação) e uma morte, também sob investigação, em Aripuanã (1.050 km a Noroeste da Capital).
Epidemia no país
Cinco cidades brasileiras já vivem uma epidemia de dengue, sendo quatro delas localizadas no interior do Paraná e uma no estado da Bahia.
Já as capitais Recife (PE), Goiânia (GO), Palmas (TO), Cuiabá e Rio Branco (AC), bem como o município de Araguaína (TO), também já registraram altos índices da doença e estão sob a mira do Ministério da Saúde, que está acompanhando a rápida evolução da doença.
Em Mato Grosso, a SES afirmou que continua monitorando – por meio dos exames laboratoriais – quais os sorotipos da doença que estão circulando pelo Estado, dando prioridade para os municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Sinop, Barra do Garças, Rondonópolis e Alta Floresta.
O principal objetivo do monitoramento é identificar se o vírus 4 da dengue (DENV4) já está atuando nestes pólos. Até o momento, as cidades que já apresentaram esse tipo da doença foram Cuiabá, Várzea Grande e Nobres.
O sorotipo DENV4 não é o mais agressivo, mas com a população 100% vulnerável, o perigo aumenta. De acordo com o superintendente de Vigilância em Saúde da SES, Oberdan Lira, sempre que há "troca" do vírus predominante, ou um novo vírus em circulação, há risco de epidemias.
“Isso porque parte da população não está imune a ele. Além disso, casos graves podem aumentar porque estão relacionados a sucessivas infecções por diferentes vírus da doença”, explicou.
Força-tarefa
Agentes municipais continuam percorrendo e fazendo limpeza das ruas e bairros da Capital, a fim de diminuir os possíveis focos da dengue – locais que possam servir para proliferação do mosquito transmissor da doença.
Além disso, soldados do Exército começaram, nesta segunda-feira (23), a integrar a força-tarefa de combate ao mosquito da dengue, também em Cuiabá.
Cerca de 40 soldados deverão atuar, por um mês, em conjunto com os agentes municipais, a fim de fiscalizar e orientar a população.
De acordo com informações divulgadas anteriormente pela Secretaria Municipal de Saúde, a ajuda do Exército foi necessária para quebrar a resistência oferecida por alguns moradores, que se recusam a autorizar a entrada dos agentes de saúde em suas residências para fazer o trabalho de prevenção.
Prevenção
A SES-MT continua ressaltando a importância de medidas de prevenção simples serem tomadas pelos mato-grossenses, a fim de evitar a proliferação da doença.
A população deve manter as caixas d’água, tonéis, barris e outros recipientes que armazenam água, totalmente tampados e limpos, lavando-os com escova e sabão semanalmente.
Além disso, tudo o que possa impedir a água de correr pelas calhas deve ser removido, bem como não se deve deixar que a água da chuva fique acumulada sobre as lajes.
Vasos de plantas devem ter os pratinhos preenchidos com areia até a borda. Se não tiver como encher de areia, deve-se lavar o prato com escova, água e sabão, pelo menos uma vez por semana.
Potes, latas, garrafas vazias e outros objetos que podem acumular água e não estão sendo usados devem permanecer virados ou serem jogados no lixo, que, por sua vez, deve ser colocados em sacos plásticos, bem fechados e em lixeiras que fiquem fora do alcance de animais, até o seu recolhimento.