Um documento detalhado de todos os problemas relacionados à produção econômica, segurança, saúde, educação e transportes foi o que o secretário-chefe da Casa Civil do Governo do Estado, José Lacerda, solicitou aos representantes de sindicatos rurais, depois de ouvir deles uma série de reclamações sobre falta de investimentos na região de fronteira com a Bolívia. A reunião que ocorreu na tarde desta quinta-feira (26), no gabinete de José Lacerda, foi agendada pelo deputado estadual licenciado Airton Português (PSD), que é representante da Assembleia Legislativa no Comitê de Fronteira do Governo do Estado. No dia 20 deste mês, o deputado participou de uma reunião com representantes de 10 sindicatos rurais da região de Cáceres (220 km de Cuiabá), quando ficou definida uma reunião com o secretário da Casa Civil, José Lacerda. A reunião foi aberta com a fala do deputado. Na avaliação de Airton Português, a preocupação de produtores rurais com a ausência de investimentos do governo federal é legítima. “A classe precisa de levantamentos detalhados sobre diversas áreas para terem embasamento e apresentar projetos de captação de recursos, mas isso não existe, o que provoca um grande atraso nos município da região de fronteira”. A preocupação do deputado é pertinente. Nos 37 municípios que são da região de fronteira, segundo dados do Governo do Estado, moram cerca de 500 mil pessoas. E o setor pecuário detém cerca de um milhão de bovinos. Porém, não há quase nada de investimento do governo federal para assegurar estabilidade a quem movimenta a economia da região, conforme atesta o presidente do Sindicato Rural de Cáceres, Márcio Lacerda Filho. Segundo Márcio Lacerda, todos os municípios daquela região ficam de fora dos projetos do governo federal, o que praticamente inviabiliza a movimentação econômica e torna a população mais pobre, sem poder de compra. Lacerda afirma que a maioria das prefeituras não tem capacidade técnica para apresentar projetos e o dinheiro federal não vem para as cidades. “A região está estagnada”, resumiu, esclarecendo que a base da economia é o gado de corte e leiteiro. Segundo conselheiro fiscal da Famato, Alessandro Casados, que é produtor rural em São José dos Quatro Marcos, a ausência de fiscais do Instituto de Defesa Agropecuária (Indea) é outro problema que acontece em toda região de fronteira. Segundo ele, na época de vacinação contra febre aftosa, os produtores rurais ficam aflitos por causa da ausência de fiscais. “Há municípios que só um servidor é destacado para atestar a aplicação da vacina isso é um risco enorme para o rebanho”, afirma Casado. Há situações, conforme os produtores afirmaram, que fiscais aposentados são contratados para acompanhar a vacinação. SOLUÇÃO O secretário-chefe da Casa Civil, José Lacerda, pediu aos produtores rurais que elaborassem um documento bem detalhado elencando todos os problemas. De posse dessa espécie de “dossiê”, Lacerda se comprometeu em ir aos ministérios das Cidades, Integração, da Defesa, entre outros, e mostrar o “raio-X” da região. Ao final da reunião, o deputado Airton Português atestou a capacidade do secretário José Lacerda em procurar solução para o problema da população e dos produtores rurais daquela região. “Agradeço a José Lacerda por ter nos recebido e afirmo para todos aqui presentes que o secretário vai se empenhar ao máximo, já que conhece a região, em buscar solução junto ao governo federal”, afirmou.