Escolas e pátio da secretaria de Obras se transformam em depósito de carteiras escolares
Por Jornal Expressão
10/12/2012 - 08:23
Verdadeiro flagrante da falta de conscientização e descaso com o patrimônio público. Depósitos de várias escolas estaduais e até o pátio da secretaria de Obras se transformaram em verdadeiros cemitérios de mesas e carteiras escolares destruídas. Na Escola Estadual “Onze de Março”, o CEOM, um dos maiores e mais tradicionais estabelecimentos de ensino do Estado, a situação é revoltante. Centenas de carteiras destruídas estão amontoadas nos fundos de uma sala. No pátio da secretaria de Obras, a situação não é diferente: milhares de “esqueletos” de carteiras estão espalhados no meio de um capinzal em um galpão.
A situação é revoltante, de acordo com o assessor pedagógico, Valmir Ferreira da Rocha, porque os diretores das escolas estaduais dispõem de recursos do Plano de Desenvolvimento Escolar (PDE), exatamente para realização de “pequenos reparos” nos estabelecimentos. “Eles podem usar os recursos do PDE para recuperar essas carteiras, mas, infelizmente, não fazem” diz revelando que,
devido à falta de consciência dos alunos e o descaso de alguns diretores teve que recorrer à Secretaria de Estado de Educação (Seduc) na semana passada para conseguir mais 1.900 mesas e carteiras para suprir a falta dos equipamentos nas escolas.
Valmir defende que os diretores obriguem os pais dos alunos, responsáveis pela destruição a restituir a escola pelo dano. “A partir do momento em que os diretores obrigarem os pais dos alunos a pagarem pela destruição do patrimônio, certamente, eles irão pensar melhor antes de praticar essas ações”
Diretor do CEOM, Balmes Rojas Drulh, diz que já orientou professores e funcionários de apoio a exigirem a reparação dos danos junto aos alunos. E, que a cobrança já resultou em uma “sensível” melhora. “Depois dessa orientação percebemos uma sensível melhora. Diminuiu muito a quebradeira. Antes era pior” revelou atribuindo a atitude dos alunos a suposta má formação familiar. “Eu não consigo entender. Como pode (aluno) não valorizar o que é dele. Na maioria dos casos, ninguém se habilita a desligar uma lâmpada ou retirar do local uma carteira que esteja tomando chuva. Se na escola é assim, como será em sua casa, em sua família?” indaga.
Apesar do verdadeiro cemitério de carteiras, jogadas entre o capinzal, no pátio da Secretaria de Obras, o secretário municipal de Educação, Fransérgio Rojas Piovesan, não demonstrou nenhuma reação ao descaso com o patrimônio público. Ele disse que na rede municipal, não existe a falta de carteiras e que, a secretaria de Obras dispõe de uma oficina para recuperar os equipamentos. “Além de não faltar mesas e carteiras nas escolas no município, dispomos de uma oficina que recupera cerca de 30 carteiras por semana. Existe um profissional que solda as ferragens e troca a parte de madeira”.