A rotina de exames preventivos, o cuidado constante com a saúde e a busca pelo equilíbrio é fundamental ao longo de toda a vida da mulher. Apesar de muitas informações disponíveis, ainda existem muitas dúvidas sobre quando se deve começar a frequentar médicos especialistas para a realização de exames preventivos.
A médica ginecologista e obstetra Germana de Freitas, que atende no Hospital São Mateus, em Cuiabá, explica que não existe uma idade específica para que os exames preventivos sejam habituais, mas orienta que um marco para que a mulher dê início ao acompanhamento especializado é a partir do início da vida sexualmente ativa.
“A ida ao especialista, nestes casos, deve acontecer para fazer a prevenção do câncer de colo de útero e câncer de mama, se o médico achar que tem necessidade. A mulher jovem, sem nenhuma queixa e com uma vida sexualmente ativa deve ir anualmente ao ginecologista para fazer uma avaliação geral. Depois dos 40 anos, também deve ir anualmente ao cardiologista e depois dos 60, ao geriatra. Mas é possível que o especialista peça o retorno com mais frequência dependendo da necessidade e de cada situação”, explica a médica.
No caso das adolescentes que não têm vida sexual ativa, Germana explica que a ida ao especialista deve ser realizada caso haja alguma queixa relacionada ao ciclo menstrual, cólica menstrual ou aparecimento de nódulo mamário.
Apesar de a saúde preventiva ser um tema que sempre está em destaque, muitas mulheres jovens ainda não buscam acompanhamento especializado. Dados da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) apontam que 20% das mulheres brasileiras não vão ao ginecologista com a devida regularidade.
Esse problema se intensificou durante a pandemia. Segundo uma pesquisa encomendada pela Pfizer e realizada pela Inteligência em Pesquisa e Consultoria (Ipec), 47% das mulheres não foram à ginecologista ou mastologista no período mais crítico da pandemia.
“Houve uma redução significativa na procura pelos exames de rotina. Muitas mulheres não sentindo nada acharam por bem não buscar o serviço de saúde durante a pandemia. Mas agora elas já estão voltando aos consultórios e aumentou muito a procura”, afirma Germana.
A especialista aponta que apesar da importância da saúde preventiva, alguns fatores merecem muita atenção, principalmente quando as alterações envolvendo ciclo menstrual, existência de secreção vaginal ou outros problemas como nódulos mamários aparecem.
“A mulher, geralmente, começa a conhecer seu corpo na puberdade e percebe de forma rápida as alterações. Dor quase nunca é normal e sempre precisa ser investigada por um especialista. Fora desses quadros é sempre importante ter em mente que a vida saudável e os exames preventivos são fundamentais. E não se deve esperar uma idade específica para dar início a esse tripé: exames preventivos, alimentação saudável e exercícios físicos. Comece assim que puder!”, pontua.