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Por por Rosildo Barcellos
26/06/2022 - 09:16

Foto: ilustrativa

O Brasil é o 5º país em incidência em diabetes no mundo, com 16,8 milhões de doentes adultos (20 a 79 anos), perdendo para Índia e Paquistão, por exemplo. A estimativa da incidência da doença em 2030 chega a 21,5 milhões. Esses dados estão no Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes (IDF). Isto posto, em 26 de junho é o dia nacional do Diabetes. É uma doença antiga mas que demorou ser oficialmente diagnosticada. Conta a história que em 1670 o médico inglês Thomas Willis provou a urina de indivíduos que apresentavam sintomas parecidos e percebeu que ela era muito doce. Quase dois séculos depois, em 1815, o químico francês M. Chevreul demonstrou que o açúcar dos diabéticos era glicose.

Por outro lado, no período de 2012 a 2021, 245.811 brasileiros sofreram amputação de membros inferiores, envolvendo pernas ou pés, uma média de 66 pacientes por dia das amputações são motivadas por uma pequena ferida ou calo no pé. E isso, além de acidentes de trânsito tem um grande grupo que o faz orieundo das complicações diabéticas. Por isso, é interessante que o paciente diabético tenha disciplina fazendo seu autoexame diário, principalmente do chamado pé neuropático, que é caracterizado pela perda progressiva da sensibilidade.

Não podemos negar que no caso de um tabagista inveterado, com entupimento da veia femural, por exemplo, se ele vai precocemente ao consultório com queixa de dor quando caminha, e o profissional de saúde consegue vascularizar a perna, leva sangue para o pé e resolve a situação do paciente. Acredito que o problema é quando esse paciente não chega nessa fase e procura o hospital público com gangrena no pé. Assim fica a decisão: salvar a vida fazendo a amputação do pé ou da perna. A orientação é que ao primeiro sinal, procure uma avaliação, pode ser, simplesmente, diabetes descompensada de neuropatia. Atualmente generalizando temos os: Tipo 1: causado pela destruição das células produtoras de insulina, em decorrência de defeito do sistema imunológico em que os anticorpos atacam as células que produzem a insulina. Ocorre em cerca de 5 a 10% dos diabéticos. Tipo 2: que resulta da resistência à insulina e de deficiência na sua secreção. Ocorre em cerca de 90% dos diabéticos. Não podemos esquecer da Diabetes Gestacional: que é a diminuição da tolerância à glicose, diagnosticada pela primeira vez na gestação, e que pode não persistir após o parto. Outros tipos: podem ser decorrentes de uso de medicamentos. ou defeitos genéticos da função da célula beta; defeitos genéticos na ação da insulina; doenças do pâncreas (pancreatite, neoplasia, hemocromatose, fibrose cística); e os induzidos por drogas ou produtos químicos ( corticoides e contraceptivos).

O tratamento correto do diabetes é manter uma vida saudável. evitando diversas complicações que surgem em consequência do mau controle da glicemia, tais como a retinopatia diabética: lesões que aparecem na retina do olho, podendo causar pequenos sangramentos que podem provocar a perda da acuidade visual; a nefropatia diabética: alterações nos vasos sanguíneos dos rins fazem com que haja a perda de proteína na urina; a neuropatia diabética: os nervos ficam incapazes de emitir e receber as mensagens do cérebro, provocando sintomas como: formigamento, dormência ou queimação das pernas, pés e mãos; dores locais e desequilíbrio; enfraquecimento muscular; traumatismo dos pelos; pressão baixa; distúrbios digestivos; excesso de transpiração. Ou ainda o pé diabético: que ocorre quando uma área machucada ou infeccionada nos pés desenvolve uma úlcera (ferida). Seu aparecimento pode ocorrer quando a circulação sanguínea é deficiente e os níveis de glicemia são mal controlados. Qualquer ferimento nos pés deve ser tratado para evitar complicações que podem levar à amputação do membro afetado. Por fim, o infarto do miocárdio e acidente vascular: que ocorrem quando os grandes vasos sanguíneos são afetados, levando à obstrução (arteriosclerose) de órgãos vitais como o coração e o cérebro. O bom controle da glicose, somado à atividade física e medicamentos que possam combater a pressão alta e o aumento do colesterol e a suspensão do tabagismo, são medidas imprescindíveis de segurança. O mais recente tratamento é a cirurgia metabólica que foi reconhecida como tratamento cirúrgico do Diabetes Tipo 2 pelo Conselho Federal de Medicina em 2017. O conceito surgiu da observação do controle do diabetes tipo 2 em pacientes submetidos à cirurgia bariátrica. A diferença entre as duas é que a cirurgia metabólica visa o controle do diabetes e doenças relacionadas. Já a cirurgia bariátrica tem

como objetivo a perda de peso, com as metas para contenção das doenças, como o diabetes e hipertensão, em segundo plano.

O procedimento é realizado por videolaparoscopia, através de pequenos furos na parede abdominal. Essa alteração promove a passagem mais rápida do alimento do estômago para o intestino e traz mudanças metabólicas como a aceleração da produção de hormônios, que atuam no pâncreas melhorando a produção de insulina, o que normaliza os níveis de glicose no sangue. Para reverter esse quadro é esforço de todos, pois temos ainda 5 milhoões de brasileiros que nem imaginam que stão doentes. Isso é tão importante que para se ter uma ideia em 2014, um total de 22.244 pacientes com diagnóstico de diabetes mellitus com procedimentos relacionados ao pé diabético foram hospitalizados. Como esperado, o custo médio mais alto por paciente foi observado para pacientes com diabetes em que foi realizada amputação / desarticulação do membro inferior. O custo total estimado para todas estas condições foi de R$ 17,27 milhões. É um custo que poderia ser minimizado em muito se fossem tomadas medidas no inicio e a manutenção de simples caminhada e da busca imediata de ajuda especializada, a qualquer sinal de alteração do seu ritmo de vida ou de sintomas de anormalidades do seu cotidiano. Os exames mais comuns relacionados são: o de glicose que orienta a determinação quantitativa de glicose em soro, plasma, urina e líquido cefalorraquidiano humanos. O exame da curva glicêmica, também chamado de teste oral de tolerância à glicose, ou TOTG, O Frutosamina que destina-se a ser utilizado na determinação da concentração de frutosamina no soro ou plasma humano. Temos também o exame de hemoglobina glicada, conhecido como HbA1C ou A1C, que é o principal exame indicado na hora de investigar o diabetes, por não necessitar de jejum. O peptídeo C é usado para monitorar a produção de insulina e para ajudar a determinar a causa de níveis baixos de glicose no sangue e por fim o Exame de Insulina que é usado para medir os níveis de insulina no sangue e seu resultado ajuda no diagnóstico de insulinoma, que são tumores endócrinos, além de identificar resistência à insulina e insulina elevada, problemas que podem evoluir para doenças crônicas.

 

Rosildo Barcellos, articulista

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