O presidente da Assembleia Legislativa, o deputado Eduardo Botelho (União Brasil), defendeu na última semana, o Projeto de Lei que prevê a implementação de câmeras nas fardas dos policiais militares, em Mato Grosso. Para ele, o equipamento dará mais segurança para bons PMs agirem dentro da lei.
A proposta é de autoria do deputado estadual Wilson Santos (PSD) e está parada na Comissão de Segurança Pública da Casa de Leis.
Na avaliação do parlamentar, o uso das câmeras nas fardas é algo inevitável, que o mundo está aderindo diante que cenário digital que vivemos hoje em dia.
"As câmeras são algo que o mundo inteiro está colocando, os estados já tão fazendo aí, São Paulo, Rio de Janeiro estão todos fazendo. É algo que tá vindo pra ficar, não adianta nós querermos mais mudar, nós já vivemos hoje no mundo digital", explicou.
"Você sai da sua casa tem uma câmera lá, na rua onde você vai e tem e as câmeras, nos policiais não têm demonstrado em nenhum lugar que colocou se deu mais problema. Não, muito pelo contrário, ele dá segurança para os bons policiais agirem dentro da lei", acrescentou.
O projeto deveria ter entrado em pauta, mas segue parado na CSP, onde enfrenta resistência, especialmente, dos parlamentares que integram a chamada Bancada da Segurança.
A cobrança chegou a ser feita pelo próprio autor da PL, mas Botelho garantiu que pedirá à comissão a liberação para votação, tendo em vista que o prazo já chegou ao fim.
"Wilson pediu pra colocar em pauta eu mandei colocar só que ele está na comissão. Eu vou cobrar da comissão agora na sessão pra que eles devolvem isso. Eles têm um prazo e não podem ficar segurando o projeto lá. Eles têm que devolver pra ser votado, aí o plenário decide", destacou”, declarou.
Álibi para maus policiais
Esta semana, por meio de uma publicação nas redes sociais, o juiz da 11ª Vara de Justiça Militar de Cuiabá Marcos Faleiros, disse que a implementação de câmeras nas fardas pode garantir um "álibi para maus policiais" caso não seja implementada juntamente com um Comitê Estadual de Prevenção à Tortura.
"Defender câmeras em fardas de forma isolada, sem apoiar as políticas de combate à tortura, como a criação do Comitê Estadual de Prevenção à Tortura, mecanismo estadual de prevenção à tortura, cumprimento dos tratados internacionais no que se refere às investigações de tortura, instalação de câmeras em logradouros públicos "zona quente", etc. Além de gasto inócuo de dinheiro público, pode vir a servir de álibi para maus policiais", escreveu em publicação no Instagram.