O boletim de ocorrência do assassinato do agente socioeducativo Alexandre Miyagawa, 41 anos, foi divulgado pela Polícia Militar neste sábado (2) e nele consta que, tanto o vereador Paccola, quanto as testemunhas afirmaram que o vereador pediu para o agente socioeducativo abaixar a arma antes de atirar, o que não foi obedecido.
A Polícia Militar foi acionada por volta de 19h30 e, ao chegar no local do crime, no Bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, encontrou Alexandre no chão e Paccola aguardando os policiais.
O vereador se identificou, ele é tenente-coronel da Polícia Militar, e contou a sua versão do ocorrido.
Consta no boletim de ocorrência que Paccola afirmou que estava com seu carro parado no congestionamento quando uma pessoa passou avisando que havia um homem armado mais à frente e, por isso, o trânsito estava parado.
O vereador desceu imediatamente e foi ver o que estava acontecendo. Ao se aproximar, ele afirma ter visto Alexandre discutindo com uma mulher, sua namorada, e com uma arma na mão.
O tenente-coronel afirma ter pedido mais de uma vez para que Alexandre colocasse a arma no chão, mas, em um momento, o agente socioeducativo teria tentado reagir contra Paccola, que, por isso, teria atirado contra Alexandre.
Paccola afirmou, ainda, que pegou a arma de Alexandre logo após ter atirado, porque a namorada dele teria tentado pegar a arma no chão.
O agente Alexandre Miyagawa (Foto: reprodução)
Testemunhas
Os policiais militares também ouviram testemunhas, que disseram terem presenciado todo o ocorrido.
Elas afirmaram que Alexandre trafegava com seu veículo em alta velocidade e chegou a entrar na contramão. De repente, elas ouviram um forte barulho, como de acidente de trânsito e se viraram para o local.
As testemunhas, então, viram Alexandre discutindo com a namorada, fora do veículo, o que começou a causar congestionamento na via.
Elas disseram, também, que presenciaram Alexandre com a arma na mão e que ouviram Paccola pedindo que ele largasse a arma. Depois disso, ouviram os disparos realizados pelo vereador.
Efeito de álcool
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, mas apenas constatou a morte do agente socioeducativo.
Segundo o boletim de ocorrência, a namorada de Alexandre não tinha condições de relatar o que viu, pois estava aparentemente sob efeito de álcool e bastante agitada.
Ela chegou a tentar pegar a arma de Alexandre, que estava no coldre de um policial militar.
A Delegacia Especializada de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) levou Paccola para a delegacia. A equipe ficou responsável pela arma da vítima. O vereador também entregou sua arma aos policiais.
O caso foi registrado como homicídio doloso e será investigado pela DHPP.