Dezenas de alunas do ensino médio do Colégio Salesiano Santa Maria, em Cáceres, teriam sido vítimas de assédio sexual por um professor da instituição. Ao todo, 27 estudantes, todas menores, vinham sofrendo abuso pelo professor nas redes sociais e no próprio âmbito escolar.
As perseguições praticadas pelo professor músico-terapeuta conhecido por “mestre”, de acordo com as vítimas, vinham de longo tempo. Porém, o caso veio à tona no último final de semana.
Em uma Nota de Repúdio, publicada por uma comissão de alunos do 3º ano do ensino médio do colégio, eles relatam com detalhes a maneira como ocorria os assédios: “o professor coagia as vítimas para encontros, mantinha contatos nas mídias e, em alguns casos, houveram toques físicos”
Alunos da comissão e as vítimas se reuniram, no final de semana, com a coordenação e alguns professores para expor o caso. Porém, não tiveram o apoio necessário. Pelo contrário, a coordenadora desencorajou as alunas a prosseguir com as denúncias junto a polícia e ao Ministério Público.
Em uma gravação através de um celular, durante a reunião – em que a reportagem do site Expressão Notícias teve acesso-, dá para ouvir, pelo menos duas alunas, vítimas do abusador, chorando e praticamente implorando para que a coordenação e os professores os ajudasse a denunciar os abusos.
Contudo, a coordenadora diz que para isso elas (as alunas vítimas) teriam que ter provas dos assédios. E, além disso, de acordo com a coordenadora, seria desaconselhável levando em conta que, devido a seriedade do caso, o colégio poderia fechar as portas e, com isso, todos os funcionários perderiam o emprego.
Na Nota de Repudio, os alunos ressaltam que “estamos encerrando o ano letivo no colégio. Mas, nos preocupamos, severamente, com a segurança dos alunos que permanecerão na escola. Por isso, pedimos aos pais, aos alunos e todos que nos acompanham, no repúdio à esse criminoso”.
Procurada, a direção do colégio admitiu o caso. Porém, não deu maiores detalhes sobre o ocorrido. Através de um funcionário o diretor padre Sandro Giáncola, informou que determinou a instauração de uma Processo Administrativo para apurar as denúncias e que, só após as investigações, irá se manifestar.