O delegado Pablo Carneiro, responsável por conduzir a "Operação Gênesis" na manhã desta terça-feira (7), em Cuiabá, informou que a maioria dos alvos presos é mulheres. A operação, deflagrada pela Polícia Civil, mirou 54 pessoas suspeitas de envolvimento em organização criminosa especializada para aplicar golpes virtuais.
Além das prisões, foram cumpridos 43 mandados de busca e apreensão, além de bloqueio, sequestro e indisponibilidade de bens e valores dos investigados. Só com golpes, o grupo faturou mais de R$ 1 milhão.
Segundo Carneiro, os criminosos optam por fornecer contas bancárias de mulheres às vítimas, pois, segundo ele, dá mais credibilidade.
"A maior parte dos presos hoje são mulheres. Essa quadrilha prefere solicitar conta de mulheres para passar uma credibilidade maior quando fornece os dados às vítimas. A maioria dessas pessoas possuem (sic) empregos, mas contribuem com a organização criminosa emprestando conta, cooptando outras pessoas que possam receber. Quem colabora com o crime vai responder do mesmo jeito", explicou o delegado.
OS GOLPES
O inquérito que originou a Operação Gênesis foi instaurado pela Delegacia Especializada em Estelionato e Outras Fraudes (DEEF), após a informação de que o investigado O.J.O.S.M., morador do bairro Despraiado, na Capital, estava aplicando diversos golpes na modalidade fraude eletrônica. Ele usava contas bancárias digitais de terceiros para receber o dinheiro dos golpes aplicados, entre eles o do ‘perfil falso de Whatsapp’ e do ‘falso intermediador de vendas’.
Para executar as ações criminosas, o suspeito recrutava pessoas para que abrissem contas bancárias. Após a abertura das contas, ele passava a administrá-las, instalando os aplicativos dos bancos em seu aparelho telefônico. O dinheiro dos golpes passava a ser depositado nessas contas e, na sequência, era sacado ou transferido para outras contas pelo próprio golpista ou por seus comparsas.