A 1ª Promotoria de Justiça Cível de Cáceres (a 250 km de Cuiabá) investiga uma denúncia de violência obstétrica ocorrida durante um parto cesárea realizado por equipe médica plantonista do Hospital Regional São Luiz, no município. A denúncia foi protocolada pela própria vítima na Ouvidoria do Ministério Público de Mato Grosso (MPMT), no dia 12 de abril, e recebida pelo promotor de Justiça Washington Eduardo Borrére, mas somente nesta quarta-feira (3) o fato veio à tona.
De acordo com o relato da vítima na denúncia, a violência obstétrica foi cometida por enfermeiras no centro cirúrgico, onde a mulher teve o braço direito amarrado e queimado (não foi informado como ocorreu a queimadura).
A mulher relatou também violência nas falas das enfermeiras, com declarações como “ele entrou vai ter que sair”, “você vai fazer eu perder sua veia”, “pensa no seu filho mãezinha, na hora de fazer não doeu”.
Além de tudo, a vítima informou ao MP que o hospital não cumpriu a lei do acompanhante. Segundo ela, seu marido foi impedido de entrar na sala de cirurgia para assistir o parto e também o pós-parto.
“Denuncio violência obstétrica cometida pelas enfermeiras do centro cirúrgico que realizaram a minha cirurgia cesárea durante a madrugada, às 4h57. Tive violência psicológica tal como, ‘ele entrou tem que sair’, ‘você vai fazer eu perder sua veia’, ‘pensa no seu filho mãezinha, na hora de fazer não doeu’, etc. Tive violência física ao qual fui machucada na mesa de cirurgia no braço direito, pedi a enfermeira que não amarrasse meu braço e ela com toda ignorância amarrou e com isso queimou meu braço, além de não cumprir a lei de acompanhante meu marido foi impedido de estar comigo durante todo o parto e pós-parto”, relatou a vítima na denúncia ao MP.
Por fim, a mulher ainda retratou a situação precária do hospital dizendo que a unidade não oferece higiene adequada, há falta de limpeza nos banheiros, lençóis, além da falta de medicamentos necessários para realizar curativos.
Segundo o promotor informou ao site, o MP recebeu a denúncia e já foi dado inicío nos procedimentos para ivestigar o fato. No documento, Washington pediu que a Secretária de Estado de Saúde (SES) fosse notificada e deu prazo de 10 dias para que tome imediatamente as providências cabíveis para apuração dos fatos.
O site entrou em contato com a SES, mas até a publicação desta matéria, não recebeu retorno. Também entrou em contato com a médica plantonista citada na denúncia como a responsável pela equipe, mas, até o momento, também não recebeu retorno. O espaço segue aberto.