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Cemat teve o pior ano
Por Diário de Cuiabá
06/05/2012 - 08:18

Foto: arquivo
Na série histórica de acompanhamento dos indicadores de continuidade dos serviços, que dizem respeito à qualidade da energia que chega ao consumidor final, a Centrais Elétricas Mato-grossenses S.A., a Cemat, teve em 2011 o pior ano desde 2000, conforme dados apurados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No ano passado, os limites concedidos pela Agência para duração e frequência das interrupções atingiram 93,56% e 79% do teto, respectivamente. As informações fazem parte do primeiro ranking das distribuidoras de energia do país em relação à qualidade do serviço. O ranking é elaborado com base no indicador de Desempenho Global de Continuidade (DGC), formado a partir da comparação dos valores apurados de DEC e FEC das distribuidoras em relação aos limites estabelecidos pela Aneel. “Dessa forma, pode-se afirmar que as distribuidoras mais bem colocadas possuem, na média, melhor continuidade do serviço em relação às demais”, destaca a Aneel. O indicador DEC, Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora, mostra o número de horas em média que um consumidor fica sem energia durante um período. O FEC, Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora, indica quantas vezes, em média, houve interrupção. Entre 63 distribuidoras, a Cemat é a 14ª, a segunda melhor do Centro-oeste e a quarta do Grupo Rede, formado por nove distribuidoras. Em 2011, a Cemat tinha como limite de DEC o teto de até 31,24 e chegou a 29,23, o que em percentuais revela que a concessionária atingiu 93,56% do limite, o maior valor relativo apurado em doze anos, quando ficou em 65,6%. No indicador FEC, o limite concedido era de até 26,31 e a Cemat chegou a 20,79, ou, 79% do teto estabelecido. O percentual para a série do FEC também é o maior. Questionada pelo Diário se o desempenho é resultado da falta de investimentos, a direção da Cemat responde que não, mesmo sem relacionar as aplicações dos últimos anos. A Cemat frisa que em nenhum ano ultrapassou os limites estabelecidos e que os resultados estão de acordo com as metas. “É importante ressaltar que a aproximação entre o índice apurado e o limite estabelecido não representa queda na qualidade do serviço”. Como frisa a Aneel, para garantir a melhoria no serviço, estabelece metas decrescentes, como forma de motivar as próprias distribuidoras a manterem um padrão no fornecimento. A concessionária destaca ainda que a frequência das quedas de energia apresenta redução considerável nos últimos 10 anos. “Isso está relacionado, principalmente, aos investimentos realizados em ações preventivas”. Em relação ao DEC, a Cemat ressalta que a proximidade entre o valor apurado e o limite se deve ao crescimento constante da rede da Cemat e ao tamanho da área de concessão, “o que aumenta os desafios da empresa para fornecer energia com qualidade à população de um Estado do tamanho de Mato Grosso”. (Veja quadro) RANKING - No período de janeiro a dezembro de 2011, foram avaliadas todas as 63 distribuidoras divididas em dois grupos, sendo 33 no mercado anual de energia com mais de 1 TWh (terawatt hora) e 30 no mercado abaixo de 1 TWh. Entre as maiores, a Cemat ocupa a 14ª posição. A campeã é a Companhia Energética do Ceará (COELCE). “A Cemat tem trabalhado para melhorar a qualidade do fornecimento de energia em Mato Grosso. Graças a esse esforço, a empresa conseguiu um resultado avaliado como positivo e, mesmo com todos os desafios de distribuir energia para um Estado tão grande, conseguiu ficar na 14ª posição, à frente de outras importantes distribuidoras brasileiras”, como Light (SP) e Cemig (MG). As mais bem colocadas foram a, com o primeiro lugar, seguida da Companhia Energética do Maranhão (CEMAR), 2º, e Caiuá Distribuição de Energia, que presta o serviço em municípios do estado de São Paulo. Já no mercado anual menor, as primeiras colocadas foram: MUX-Energia (RS), Força e Luz Coronel Vivida, FORCEL, (PR) e a Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema, EDEVP, (SP). As piores colocadas dentro desse mercado foram as Centrais Elétricas de Carazinho, Eletrocar, (RS), Departamento Municipal de Energia de Ijuí, DEMEI, (RS), e Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA). Apuração Para a coleta e apuração dos indicadores de continuidade DEC e FEC, a ANEEL exige que todas as 63 distribuidoras certifiquem esse processo, com base nas normas da Organização Internacional para Normalização (International Organization for Standardization) ISO 9000. Na apuração dos dados de 2011, apenas a CEPISA e a CERR não possuíam a certificação. Outro ponto importante se refere às distribuidoras que suprem cargas localizadas em sistemas elétricos isolados – não conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN. Para essas distribuidoras, há critério diferenciado de definição de limites dos indicadores DEC e FEC, devido às particularidades relacionadas ao difícil acesso e dispersão dos consumidores, conforme metodologia estabelecida pela ANEEL. Apesar disso, os limites dos indicadores de continuidade estabelecidos pela agência estão aderentes à realidade de cada sistema elétrico de distribuição. Publicação O ranking da continuidade do serviço será publicado anualmente pela ANEEL, até o mês de abril. * O DEC (Duração Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) indica o número de horas em média que um consumidor fica sem energia elétrica durante um período, geralmente o mês ou o ano. ** O FEC (Frequência Equivalente de Interrupção por Unidade Consumidora) indica quantas vezes, em média, houve interrupção na unidade consumidora (residência, comércio, indústria, etc.). Ranking da Continuidade do Serviço 2011 O ranking da continuidade do serviço de 2011 foi dividido em dois grupos: distribuidoras grandes e pequenas. As distribuidoras grandes são aquelas em que o mercado faturado de energia elétrica é maior que 1 TWh no ano (Tabela I), enquanto que as distribuidoras pequenas são aquelas em que o mercado é menor ou igual a esse valor (Tabela II). Para a coleta e apuração dos indicadores de continuidade DEC e FEC, a ANEEL exige que todas as distribuidoras certifiquem esse processo, com base nas normas da Organização Internacional para Normalização (International Organization for Standardization) ISO 9000. Na apuração dos dados de 2011, apenas a CEPISA e a CERR não possuem a certificação desse processo. Outro ponto importante se refere às distribuidoras que suprem cargas localizadas em sistemas elétricos isolados – não conectados ao Sistema Interligado Nacional – SIN. Para essas distribuidoras, há critério diferenciado de definição de limites dos indicadores DEC e FEC, face às particularidades relacionadas ao difícil acesso e dispersão dos consumidores, conforme metodologia estabelecida pela ANEEL. Apesar disso, os limites dos indicadores de continuidade estabelecidos pela ANEEL estão aderentes à realidade de cada sistema elétrico de distribuição.
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