Uma procissão fluvial no Rio Paraguai em Cáceres- à 210 quilômetros Oeste de Cuiabá- , abriu oficialmente os festejos em louvor a São Luiz de França, padroeiro do município.
Militares da Marinha do Brasil, sob o comando do capitão Magno Luís de Moura, conduziram a imagem do Santo Francês desde o Cais do Porto até a Catedral de São Luiz, na Praça Barão do Rio Branco, Centro Histórico da cidade.
À tradição desse festejo remonta a quase dois séculos, quando os missionários católicos de origem francesa, desembarcaram ainda na então " Vila Maria do Paraguai " primeiro nome da cidade, anos depois já na condição de município recebe o nome de São Luiz de Cáceres, que perdurou por mais de um século.
Nesse período excetuando à Pandemia do Covid 19, os festejos seguiram sem interrupção.
De acordo com o cônego Jair Fante, que coordena as celebrações, segue com programação diárias, incluindo missas e demais atividades católicas.
À data de 25 de agosto, celebra a morte do Santo ao 56 anos, apontado como o Rei mais querido de todo reino Franco, devido à sua retidão com povo e seu extremo zelo pela Justiça igualitária.
À procissão fluvial resgata de fôrma simbólica o trajeto percorrido pelos religiosos franceses ( padres e freiras), que partiram da Europa singrando o Oceano Atlântico, ora pela Costa da Normandia ora pela Costa Azul do Mediterrâneo, rompendo em cima o Canal da Mancha ou mais ao sul o Estreito de Gibraltar, é dali descendo em direção ao Brasil, na costa brasileira margeia a faixa litorânea desde o Nordeste , Sudeste até o Sul, onde entra em águas uruguaias deixam o Oceano Atlântico navegando pelo Estuário do Rio da Plata até completar a viagem de mais de 60 dias à bordo do navio. Isso lá no início do Século XVIII, quando as primeiras levas de católicos atingem o Arraial da Vila do Senhor Bom Jesus de Cuyaba . E dali seguem semeando o evangelho até desembocar nos Rios Guaporé; Madeira; Mamoré e Amazonas.
Anos mais tarde o catolicismo se consolida no Pantanal de Mato Grosso, com seus templos edificados com traços originais da arrojada arquitetura francesa. A irmandade foi além da missão evangelizadora, erguendo escilas, seminários, hospitais filantrópicos e avançando rumo à Bolívia e ao então território Federal do Guaporé, onde atingem a cidade fronteiriça de Guajará Mirim ( hoje estado de Rondônia).
À Catedral de São Luiz, em Cáceres, é uma réplica da catedral de Notre Dame, em Paris. Até que fosse concluída ruiu tres vezes, devido o solo com lençol freático bastante superficial.
À chegada do bispo francês Dom Máximo Biennes, na década de 1960, decidiu "pegar o pião à unha ", sendo que na celebração da Páscoa de 1964, portanto há 60 anos, era entregue à catedral à população de Cáceres, senso até os dias atuais um dos pontos turísticos e religioso mais visitados do Centro Oeste.
No próximo dia 25, sabado é feriado na Princesinha do Paraguai, missa durante o dia, à noite a tradicional quermesse com sorteios de prêmios.
Até por volta dos anos de 1970, ps festejos de São Luiz de França, em Cáceres, era precedida pela Cavalhada, que encenava à luta dos Cruzados Católicos contra os Mouros, seguindo fielmente os 12 pares do Rei francês Carlos Magno e os Mouros representando os cavaleiros árabes de Ferrsbrace e de Saladino., essa encenação das lutas medievais transcorreu por décadas até um acidente fatal com a rainha no início da década de 1970, fez cessar a festividade, em 1993 e 1994, o então prefeito Antônio Fontes, conseguiu retornar à Cavalhada, mas com o seu falecimento em 1997, foi sepultada até os dias atuais.