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Procissão fluvial abre os festejos de São Luiz, padroeiro de Cáceres
Por João Arruda
22/08/2024 - 18:59

Foto: Jornal Cacerense

Uma procissão fluvial no Rio Paraguai em Cáceres- à 210 quilômetros Oeste de Cuiabá- , abriu oficialmente os festejos em louvor a São Luiz de França,  padroeiro do município. 

Militares da Marinha do Brasil,  sob o comando do capitão Magno Luís de Moura, conduziram a imagem do Santo Francês desde o Cais do Porto até a Catedral de São Luiz, na Praça Barão do Rio Branco, Centro Histórico da cidade. 

À tradição desse festejo remonta a quase dois séculos,  quando os missionários católicos de origem francesa,  desembarcaram ainda na então " Vila Maria do Paraguai " primeiro nome da cidade,  anos depois já na condição de município recebe o nome de São Luiz de Cáceres,  que perdurou por mais de um século. 

Nesse período excetuando à Pandemia do Covid 19, os festejos seguiram sem interrupção. 

De acordo com o cônego Jair Fante,  que coordena as celebrações, segue com programação diárias,  incluindo missas e demais atividades católicas. 

À data de 25 de agosto,  celebra a morte do Santo ao 56 anos,  apontado como o Rei mais querido de todo reino Franco, devido à sua retidão com povo e seu extremo zelo pela Justiça igualitária. 

À procissão fluvial resgata de fôrma simbólica o trajeto percorrido pelos religiosos franceses ( padres e freiras), que partiram da Europa singrando o Oceano Atlântico, ora pela Costa da Normandia ora pela Costa Azul do Mediterrâneo,  rompendo em cima o Canal da Mancha ou mais ao sul o Estreito de Gibraltar,  é dali descendo em direção ao Brasil, na costa brasileira margeia a faixa litorânea desde o Nordeste , Sudeste até o Sul,  onde entra em águas uruguaias deixam o Oceano Atlântico navegando pelo Estuário do Rio da Plata até completar a viagem de mais de 60 dias à bordo do navio. Isso lá  no início do Século XVIII, quando as primeiras levas de católicos atingem o Arraial da Vila do Senhor Bom Jesus de Cuyaba . E dali seguem semeando o evangelho até desembocar nos Rios Guaporé; Madeira; Mamoré e  Amazonas. 

Anos mais tarde o catolicismo se consolida no Pantanal de Mato Grosso, com seus templos edificados com traços originais da arrojada arquitetura francesa. A irmandade foi além da missão evangelizadora,  erguendo escilas,  seminários, hospitais filantrópicos e avançando rumo à Bolívia e ao então território Federal do Guaporé,  onde atingem a cidade fronteiriça de Guajará  Mirim ( hoje estado de Rondônia).

À Catedral de São Luiz,  em Cáceres,  é uma réplica da catedral de Notre Dame,  em Paris. Até que fosse concluída ruiu tres vezes,  devido o solo com lençol freático bastante superficial. 

À chegada do bispo francês Dom Máximo Biennes,  na década de 1960, decidiu "pegar o pião à unha ",  sendo que na celebração da Páscoa de 1964, portanto há 60 anos, era entregue à catedral à população de Cáceres,  senso até os dias atuais um dos pontos turísticos e religioso mais visitados do Centro Oeste. 
No próximo dia 25, sabado é feriado na Princesinha do Paraguai, missa durante o dia, à noite a tradicional quermesse com sorteios de prêmios. 

Até por volta dos anos de 1970, ps festejos de São Luiz de França,  em Cáceres,  era precedida pela Cavalhada,  que encenava à luta dos Cruzados Católicos contra os Mouros,  seguindo fielmente os 12 pares do Rei francês  Carlos Magno e os Mouros representando os cavaleiros árabes  de Ferrsbrace e de Saladino.,  essa encenação das lutas medievais transcorreu por décadas até um acidente fatal com a rainha no início da década de 1970, fez cessar a festividade, em 1993 e 1994, o então prefeito Antônio Fontes,  conseguiu retornar à Cavalhada,  mas com o seu falecimento em 1997, foi sepultada até os dias atuais.
 

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