Após dedicar 50 anos de vida profissional à Biologia, a professora adjunta da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Carolina Joana da Silva, foi homenageada pelo Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01), que compreende os estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo. As cerimônias em comemoração aos 45 anos de regulamentação da profissão de Biólogo ocorreram na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul e no Bioparque Pantanal, nos dias 26 e 27.

Carolina Joana, como é conhecida, recebeu a homenagem no Bioparque Pantanal, na sexta-feira, por ter contribuído para a Biologia e para o CRBio-01. “Eu me sinto feliz, alegre e realizada com está homenagem, como bióloga pioneira no nosso estado e principalmente no Pantanal. Gratidão ao meu pai, minha mãe e irmãos, que me incentivaram e orientaram a seguir esta profissão. As universidades onde estudei UFMT, Inpa, UFSCar e aperfeiçoei Instituto Max Plank de Limnologia e Universidade da Florida Centro de Áreas Úmidas. E a Unemat, que me abriu portas e janelas para sonharmos juntas na construção da pesquisa e pós-graduação”, declarou a bióloga.

Há 50 anos, quando se formou na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) no então curso de graduação em licenciatura em História Natural, termo genérico que designava a formação e era utilizado para um conjunto variado de disciplinas científicas distintas, sendo que a maior parte das definições incluíam o estudo dos seres vivos como a biologia, incluindo botânica, geologia, zoologia, entre outros.

Com objetivo de destacar a importância da atuação desse profissional na preservação e na conservação da vida, a cerimônia de comemoração contou com a presença de renomadas autoridades políticas e acadêmicas, que compartilharam experiências e discutiram sobre os avanços e desafios da profissão ao longo desses anos.

Carolina Joana - Professora adjunta da Unemat, desde 2000, Carolina Joana é doutora em Ecologia e Recursos Naturais pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), mestre em Biologia/Ecologia pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), além de pós-doutora em Limnologia de Áreas Úmidas Tropicais, no Grupo de Ecologia Tropical do Instituto Max Planck de Limnologia, Plon, Alemanha.

Ainda na ativa, participa como professora e orientadora nos programas de pós-graduação da Unemat em Ciências Ambientais (PPGCA) e em Biodiversidade e Biotecnologia da Amazônia Legal (Rede Bionorte), onde participa da rede de pesquisa. Carolina Joana ainda coordena um programa de pesquisa ecológica de longa duração (Peld) na Estação Ecológica de Taiamã, em Cáceres (MT) localizada numa das maiores áreas alagáveis contínuas do planeta.

O Peld Dinâmicas Ecológicas na Planície de Inundação do Alto Rio Paraguai (Darp) é desenvolvido pela Unemat em parceria com as universidades federais de Mato Grosso e do Rio de Janeiro (UFMT e UFRJ), com o Instituto Nacional de Pesquisa no Pantanal (INPP) do Câmpus Avançado do Museu Paraense Emílio Goeldi no Pantanal e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O Peld-Darp é financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapemat) e Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Com experiência em Ecologia de Áreas Úmidas Pantanal, onde desenvolveu a carreira cientifica no ensino de graduação, pós-graduação e supervisão, desenvolve pesquisas e orienta nos biomas Pantanal e Amazônia e na conexão entre eles. Além de orientação e publicação nas seguintes áreas: Limnologia, Biodiversidade, Etnobiologia, Etnoecologia e Etnobotânica, Políticas Públicas e mudanças climáticas.

Durante sua trajetória participou da Rede Clima - Sub rede Mudanças Climáticas e Desenvolvimento Regional/CDS/UnB e da Rede Brasileira de Reservas da Biosfera, do Comitê Estadual da Reserva da Biosfera do Pantanal e do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera do Pantanal/Unesco, como presidente. Até 2023 foi pesquisadora produtividade CNPq Nível 2.

Profissão Biólogo - A Lei 6.684, de 1979 regulamentou a profissão de biólogo e biomédico no Brasil assim como criou o Conselho Federal e os conselhos regionais de Biologia e Biomedicina. Na ocasião especialistas da área trabalharam pela regulamentação da profissão junto ao Congresso Nacional.

Em 1934, o curso de História Natural, criado na Faculdade de Filosofia da Universidade do Estado de São Paulo (USP) viria a se tornar o primeiro curso de Ciências Biológicas do Brasil, quando em 1963 foi desmembrado em Ciências Biológicas e Geologia.

Na década de 1970 diversos biólogos eram multados pelos Conselhos Regionais de Engenharia e Arquitetura (Creas) sob alegação de prática de atividades sem regulamentação o que motivou a Associação Brasileira de Biólogos e a Associação Paulista de Biologistas enviarem ao Ministério do Trabalho minuta de Projeto de Lei para regulamentação da profissão de Biólogo. O desfecho tão esperado demorou quase uma década. Mas, em 3 de setembro de 1979, a nova lei federal, foi publicada no Diário Oficial da União.