“Os gráficos apontam para um quadro, de fato, alarmante. Estamos muito preocupados. E não só preocupados, mas, sobretudo empenhados na busca de formas de controle dessa situação”, revelou o comandante da 2º Companhia Independente de Bombeiros Militar de Cáceres, tenente coronel Vicente. Para ele, os índices de acidentes de trânsito na área urbana de Cáceres chamam a atenção das autoridades. Comentou que inclusive está sendo trabalhado um projeto de integração de entes públicos estaduais e municipais, através dos organismos de segurança, como o próprio Corpo de Bombeiros, o município e a sociedade organizada. Do projeto consta especialmente trabalho integrado entre a Companhia e o SAMU (Serviço Médico de Urgência). “Modelo que vem dando muito certo em cidades como Rondonópolis”, exemplificou. Só em fevereiro (que sobre o corrente mês não foi ainda fechada estatística) foram registradas (atendidas pelo Corpo de Bombeiros) mais de 40 ocorrências. A absoluta maioria envolvendo motociclistas. Para o comandante da corporação de Bombeiros esses dados não corresponde a totalidade dos casos, pois que grande parte deles acaba sendo atendida por familiares e/ou terceiros. Em muitos outros, as próprias vítimas (em situação menos grave) procuram o atendimento médico nas unidades de saúde. De tal sorte que os gráficos oficiais acabam ficando bem aquém da realidade. Bastante comedido em suas colocações o Tenente Coronel Vicente evitou abordar o assunto de forma alarmista, não citando nem mesmo o número de vítimas fatais e sem apontar culpados pela situação caótica do trânsito local. Sobre as reclamações de que nos últimos tempos o atendimento do serviço de resgate tem sido lento, em alguns casos chegando a demorar cerca de uma hora, o comandante explica que isso se deve exatamente ao elevado volume de ocorrências e a exiguidade de condições da equipe de resgate, que em determinados momentos e circunstâncias não consegue atender prontamente a essa grande e crescente demanda. Além disso, diante das condições de trafegabilidade das vias locais, as viaturas acabam sofrendo desgastes excessivos e seguidamente baixando oficina. Contudo, segundo ele, a Unidade está atendendo dentro da regularidade, sempre contando com a bravura e competência profissional e o senso humanista de seus bons soldados. Indagado ainda sobre a real situação de segurança nos locais de concentração de público, como estádios, clubes, escolas, igrejas, estabelecimentos empresariais diversos, boates etc., disse: “A tragédia de Santa Maria, no Rio Grande do Sul não nos pegou de surpresa”. E garante que a situação aqui está sob controle. Todos os locais desse gênero já vinham sendo acompanhados com a fiscalização necessária, tanto que o alvará de funcionamento fornecido pela Prefeitura é condicionado ao laudo pericial do Corpo de Bombeiros. Precavido, como todo bom militar, o comandante Vicente evitou tecer críticas, preferindo chamar a atenção de todos para um grande mutirão de cidadania em defesa da segurança, fundamentalmente no trânsito cacerense. Para ele, “segurança no trânsito é direito e dever de todos”. Alertando sempre que a realidade local é preocupante e que precisa ser controlada, com ações efetivas do poder público e a indispensável e fundamental participação de toda a sociedade.