Manoel de Barros ou simplesmente Nequinho
Por MTAqui
03/04/2013 - 20:26
Foto: Eduardo "Brigadeiro" Gomes
EDUARDO GOMES - Nequinho nasceu no lendário bairro do Porto, em 19 de dezembro de 1916, em Cuiabá, mas ainda pirralho embarcou com a família numa chalana para Corumbá, na fronteira com a Bolíva, no Pantanal, de onde sua poesia ganhou o mundo.
Manoel Wenceslau Leite de Barros, apelidado Nequinho, é o poeta Manoel de Barros, fazendeiro pantaneiro por hereditariedade, advogado por formação acadêmica e a maior expressão poética dos dois lados da divisa que separa Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
Na juventude, comunista convicto, Manoel de Barros desencantou-se com seu então líder, Luiz Carlos Prestes, ao ouvir seu pronunciamento no Largo do Machado, Rio de Janeiro, enaltecendo Getúlio Vargas, o ditador, que pouco antes mandara para a prisão nazista Olga Benário Prestes - mulher do próprio Prestes - que seria executada.
Manoel de Barros é autor de obra singular, que é a melhor imagem poética do Pantanal, do homem e das coisas pantaneiras. Sua genialidade impressa é composta pelos seguintes títulos:
1937 — Poemas concebidos sem pecado
1942 — Face imóvel
1956 — Poesias
1960 — Compêndio para uso dos pássaros
1966 — Gramática expositiva do chão
1974 — Matéria de poesia
1980 — Arranjos para assobio
1985 — Livro de pré-coisas
1989 — O guardador das águas
1990 — Gramática expositiva do chão: Poesia quase toda
1993 — Concerto a céu aberto para solos de aves
1993 — O livro das ignorãças
1996 — Livro sobre nada
1996 — Das Buch der Unwissenheiten - Edição da revista alemã Akzente
1998 — Retrato do artista quando coisa
2000 — Ensaios fotográficos
2000 — Exercícios de ser criança
2000 — Encantador de palavras - Edição portuguesa
2001 — O fazedor de amanhecer
2001 — Tratado geral das grandezas do ínfimo
2001 — Águas
2003 — Para encontrar o azul eu uso pássaros
2003 — Cantigas para um passarinho à toa
2003 — Les paroles sans limite - Edição francesa
2003 — Todo lo que no invento es falso - Antologia na Espanha
2004 — Poemas Rupestres
2005 — Riba del dessemblat. Antologia poètica — Edição catalã (2005, Lleonard Muntaner, Editor)
2005 — Memórias inventadas I
2006 — Memórias inventadas II
2007 — Memórias inventadas III
2010 — Menino do Mato
2010 — Poesia Completa
2011 — Escritos em verbal de ave
Premiado internacionalmente, consagrado, reverenciado. Assim é Manoel de Barros, o poeta cuiabano que inverte a máxima da prevalência da imagem sobre a palavra. Seu texto é capaz de transformar - a tal ponto - uma frase em luz, que a mesma abre espaço a interpretações e divagações que a deixam acima do limitado sentido da imagem.