Agentes prisionais são presas em Vila Bela
Por assessoria TJ
04/04/2013 - 05:53
Duas agentes prisionais que trabalhavam na Cadeia Pública de Vila Bela da Santíssima Trindade foram presas na manhã de ontem,3, por facilitarem a entrada de drogas e aparelhos celulares na unidade prisional. A prisão aconteceu durante a Operação Papuda, desencadeada pela Policia Judiciária Civil, que cumpriu aos mandados de busca e apreensão domiciliar e prisão preventiva expedidos pelo juiz substituto da comarca, Leonardo Tumiati.
Conforme o magistrado, a investigação policial, que começou há 1 ano, foi feita por meio de interceptações telefônicas autorizadas pela Justiça, que facilitaram a identificação das agentes na prática de crimes contra a administração pública.
“As interceptações telefônicas realizadas através de autorização deste juízo apontam para uma relação deplorável entre as agentes e presos que se encontravam na cadeia pública desta comarca, com a entrada de drogas ilícitas e aparelhos de telefonia celular, colocando em sério risco a segurança dos demais agentes prisionais e de toda a coletividade”, relata o juiz em sua decisão.
Nas escutas relatadas pela Polícia, um trecho chama a atenção, quando a agente prisional A. V.B.N. lamenta a saída do “patrãozinho”, que, segundo análises do Setor de Inteligência da Polícia Civil, refere-se ao preso Fagner Fernandes da Costa que, atualmente, cumpre pena na unidade prisional de Pontes e Lacerda.
As investigações apontaram, ainda, para apropriação, por parte das agentes, de lençóis que se destinavam aos presos da cadeia. Na residência de A.V.B.N. os policiais encontraram três lençóis e na casa de J.R.C., dois colchões, o que configura crime de peculato.
As investigações tiveram início em abril do ano passado depois que foram apreendidos na cadeia 63 trouxinhas de maconha, 11 de pasta-base, além de celulares. Um inquérito foi instaurado e por meio das escutas a Polícia chegou até as agentes. As duas trabalham no Estado há dois anos e ainda estão em estágio probatório.
“A persecução penal evidencia a existência de uma associação que age através da coordenação e integração de vontade e ações entre agentes e detentos da Cadeia Pública de Vila Bela da Santíssima Trindade, voltada para prática de crimes contra a Administração Pública e tráfico de drogas”, relata o juiz, completando que “tais condutas dificultam a administração carcerária e propiciam rebeliões e desordens na cadeia, colocando em risco a integridade física e a vida dos presos, demais agentes prisionais e de toda coletividade que fica à mercê de agentes públicos que não cumprem com o seu dever de lealdade e honestidade”.
O juiz mandou oficiar o secretário de Estado de Justiça e Administração Penitenciária para recompor o número de agentes prisionais da cadeia. As duas vão responder pelos crimes de peculato, inserção de celular na unidade prisional e possivelmente por tráfico de drogas.