Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Revelem seus momentos
Por por Renata Neves
17/05/2012 - 06:31

Em minha casa sempre tivemos o costume de registrar todos os momentos em fotografias. Meu pai, Enaldo Neves, tinha uma máquina analógica dessas semiprofissionais e não deixava passar nenhuma cena. A minha infância e a dos meus dois irmãos, Bruno e Marcelo, foi toda eternizada, graças ao gosto dele por fotografias. Temos dezenas de fotos de quando éramos bebês, nas mais diversas poses fofas e engraçadas que se pode imaginar. Temos fotos de aniversários, de festas de fim de ano, das apresentações na escola, das viagens que fazíamos de carro para a praia todo ano (como era bom!), da primeira comunhão, dos jogos de futebol dos meninos e muitas, mas muitas fotos dos momentos do dia-a-dia, registrados em casa. Os três arrumadinhos para sair(essa era clássica e a mamãe coruja, Solange, era a responsável pelos “looks”), a folia na piscininha de plástico, a sagrada hora da mamadeira, a arte em cima da goiabeira, as brincadeiras no quintal, que mais parecia um mundo paralelo em nossas cabecinhas, a diversão no balanço, onde cada um tinha seu lugar, e que sobrevive até hoje fazendo a alegria das crianças da família, a hora de dormir, o café da manhã... Dessa forma, temos a fase mais bonita de nossas vidas e tudo o que fez parte dela guardada para sempre. À medida que fomos crescendo, a quantidade de fotos diminuiu um pouco, mas ainda assim continuamos nos deixando fotografar, mesmo sem muito ânimo às vezes, afinal, sempre tivemos consciência da importância de preservar as lembranças. Com a evolução tecnológica e a explosão das máquinas digitais, meu pai deixou de ser o fotógrafo da família. Sua máquina foi aposentada, mas continua guardada como um tesouro, afinal, o acompanhou durante anos. Embora o ritual para fotografar tenha se modificado, o gosto pelas fotografias e a consciência sobre a importância delas se mantém em nós. Continuamos registrando os momentos importantes, afinal, daqui a alguns anos vamos querer mostrar para nossos filhos um pouco de como foram as nossas vidas. Mas, na era digital, em que as fotos ficam arquivadas no computador, como eternizar as lembranças? Será que nossos filhos terão paciência para permanecer sentados durante horas na frente da telinha olhando e ouvindo as histórias? E será que ouvirão as histórias tendo nesse mesmo computador acesso a sites como o Facebook e milhares de outros, além de dezenas de ferramentas disponíveis para desviar suas atenções? Acho meio difícil. Além disso, os integrantes mais velhos da família e alheios ao mundo digital acabam não tendo acesso aos registros. Por esses motivos é que acho tão importante manter o costume de revelar as fotos e procuro sempre fazer isso. Fotografia digital é ótima, mas bom mesmo é fotografia revelada. Aquela que podemos guardar na carteira, colocar em um porta-retrato ou simplesmente pegar para olhar quando der vontade de reviver momentos bons de nossas vidas.
Carregando comentarios...

Educação

Tudo, menos estudo

17/05/2012 - 06:17
Geral

Pena máxima passará a 40 anos

16/05/2012 - 07:12
Política

PSD faz encontros na região

15/05/2012 - 16:56