Faltam exemplos !
Por por Rosildo Barcellos
06/06/2013 - 18:13
Um articulista não nasce ao acaso. Ele é fruto de todo um sistema e moldado com as conversas do cotidiano...do catador de lixo ao político. É o que se chama de formador de opinião;apesar de considerar-me um fomentador de opiniões,porque depois de lido provoco a discussão das famílias para provarem que eu estou errado;ou certo.
Certo seria despertar nas pessoas valores cívicos que, certamente, contribuirão na formação de sua cidadania.Resgatar a vontade de descobrir o novo, que veio de nossas antepassados portugueses Entretanto não me parece ser tão simples cultivar no íntimo das pessoas o orgulho de ser brasileira.
Minha infância passou num tempo de ditadura militar, e me imaginava estar deitado eternamente em berço esplêndido. Lembro que na década de 60 e para justificar o golpe de 1964 diziam que o país estava a beira do abismo. Só não entendi que os lemas que logo após foram: “Pra frente Brasil”,e depois; “Ninguém segura este país”,e por fim “Ame-o ou deixe-o”.Depois de anos de estudo de geopolítica ainda não entendo o que aconteceu pois se o país estava na beira do precipício e forçaram ele ir pra frente...
Mas,sobrevivemos, e com a propalada redemocratização, penso sim que o país mudou e espero ter ofertado a minha contribuição nesse período. Pelo menos idéias eu tive,mormente o que me sensibiliza mesmo é ver justamente pessoas a quem a pátria sonega os mais básicos direitos,como por exemplo a saúde e educação, ainda alimentarem um sentimento sincero de orgulho do país. Mesmo assim muito me alegro,posto que é esse sentimento que nos diferencia de outros países. Mas tenho certeza que todos nós queremos um país ainda melhor para se viver e não posso deixar de acreditar na educação como mola propulsora dessa reviravolta. E um problema que salta aos olhos é a sexualização dessa geração. A infância está cada vez mais curta. Abandonados pelos pais diante da celulares e facebooks, eles foram forjados na mídia aonde existem fraudes até para inflar visualizações de clipes.
Basta andar pelos points da cidade, à noite, para encontrarmos pessoas com idades cada vez mais tenras, com exuberante poder de sedução e maquiagem.Por conseguinte não me espanto com as manchetes de que a pedofilia, a gravidez adolescente e uso de substâncias entorpecentes ilicitas sejam os fantasmas do momento. Uma parcela de culpa nisso é dos pais que se divertem com suas filhas de dois anos “dançando o créu”. A outra é da escola, que para a maioria dos alunos é considerada por demais desinteressante, não educando para a vida e competindo com as lan houses, redes sociais,aplicativos e games.
Assim sendo, em minhas andanças pelas escolas encontro nas saídas meninos e meninas aos beijos isso quando não são meninos e meninos descompromissados com a vida; alguns apenas pensando em medir forças com meninos da facção rival e que nem lembram o que estudaram há meia hora antes. Que espécie de civismo pode vicejar assim? Patriotismo é um sentimento que não nasce de graça. Não basta uma sessão semanal do Hino Nacional para sensibilizar filhos de pais separados e muitas vezes atormentados pelo desemprego e ainda pior, netos de avós merecedores de aposentadorias que não condizem com as necessidades básicas do ser humano. É difícil para quem mora onde o esgoto corre a céu aberto onde não há iluminação pública,onde não podemos ter um acesso básico ao sistema de saúde ou quando somos atendidos ficamos horas no corredor a espera de um exame;onde a polícia comunitária é inexistente e principalmente aonde não temos mais Garrinchas nem Pelé jogando;as grandes interpretações das grandes vozes brasileiras,muito menos o Fittipaldi, Piquet e Senna aos domingos. Faltam exemplos, de vida, de conquista de sabedoria e de serenidade!
*Articulista