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Cuiabá:3,5 mil tomam as ruas
Por Diário de Cuiabá/GUSTAVO NASCIMENTO
20/06/2013 - 08:47

Foto: LORIVAL FERNANDES/DC
Aproximadamente 3,5 mil pessoas tomaram as ruas de Cuiabá na tarde de ontem (19) para protestar contra o transporte público precário e a aplicação da lei do passe livre na Capital. A Polícia Militar de Mato Grosso (PM-MT) informou que o movimento foi pacífico e nenhum incidente grave foi registrado. Para o novo manifesto marcado para hoje, cerca de 30 mil pessoas já confirmaram presença nas redes sociais. A maioria do grupo era formada por estudantes, que começaram a se concentrar na Praça Alencastro, em frente à sede da Prefeitura Municipal de Cuiabá por volta das quatro horas da tarde. Alunos de diversas escolas públicas e particulares carregavam cartazes que pediam melhorias para o transporte e faziam chamadas de ordem contra a administração pública. Para os manifestantes, a redução de R$ 0,10 na tarifa, anunciada pelo prefeito Mauro Mendes na segunda-feira (17), é insuficiente. Um dos principais gritos de ordem era: “O Mauro Mendes, escuta aqui, 10 centavos nem caroço de pequi”. A passeata durou aproximadamente duas horas e percorreu as principais avenidas da região central. A multidão passou pelas avenidas Getúlio Vargas, São Sebastião, Isaac Póvoas, Tenente Coronel Duarte (Prainha) e retornaram na Praça Alencastro. Um dos líderes do movimento, Caiubi Kuhn, afirmou que o protesto era apartidário e tinha como principal intuito levar a população a enxergar que a prefeitura não vem cumprindo a lei. “Eles fazem vistas grossas para a lei. Todo estudante tem direito ao passe gratuito de maneira irrestrita. Há aproximadamente três anos, as empresas vêm limitando o horário dos passes, nos obrigando a pagar para ir estudar”. A estudante Taísa Eduarda Moraes Moreira, de 15 anos, conta que este é o primeiro protesto em que participa. Ela afirma que ficou empolgada ao ver como o movimento vem ganhando força no país e por isso, decidiu fazer a sua parte. “Se alguém tem que mudar algo, esse alguém tem que ser a gente. Dez centavos não irão nos calar.” O aposentado Adelfonso Muniz, de 67 anos, ficou emocionado com a manifestação. Segurando um cartaz com palavras de ordem contra a atual gestão, ele conta que tinha 18 anos quando aconteceu o golpe militar. “Na época, eu não tinha a coragem que vejo essa juventude tendo. É por isso que hoje, eu apoio os meus 34 netos e bisnetos a irem para rua e fazer valer seus direitos. Os heróis são eles que estão tentando mudar as coisas”. Apesar de pacífico, o movimento despertou medo em alguns lojistas da região central, que fecharam as portas mais cedo para acompanhar a caminhada em frente aos estabelecimentos. “Nós vimos o que aconteceu em São Paulo, sabemos que no meio sempre pode haver um mal intencionado”, afirmou a gerente, de 27 anos, Alessandra Dolores. De acordo com o capitão PM Gilcimar Mendes, cerca de 70 policiais, entre fardados e disfarçados, acompanharam todo o protesto e 15 viaturas fizeram a escolta. “Foi tranquilo apesar do volume anormal de pessoas, nenhum incidente foi registrado.” O capitão afirmou que no protesto de hoje a PM irá reforçar o efetivou, pois o número de manifestantes provavelmente será maior. A Associação Matogrossense dos Transportadores Urbanos (MTU) informou, por meio de nota oficial, que 47.147 estudantes utilizam o benefício do Passe-Livre no sistema do transporte coletivo de Cuiabá. A associação negou o limite de horário e afirmou que o benefício é liberado ao estudante conforme a grade curricular informada pela Escola.
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