Delegada recebe moção de congratulação por indignação com liberação de criminosos
Por assessoria PJC
11/07/2013 - 16:08
A delegada titular da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cáceres, Elizabete Garcia dos Reis, foi homenageada com moção de congratulação por um comentário feito em uma rede social da Internet, sobre a sua indignação com a liberação de um menor apreendido pelo crime de estupro.
A congratulação de autoria do deputado estadual, Walter Rabello, foi aprovada em sessão ordinária da Assembleia Legislativa do Estado de Mato Grosso, no mês de junho. O texto da moção parabeniza a delegada pela manifestação da indignação com situações de injustiça encontradas na esfera criminal, resultante de leis muito brandas com os criminosos.
“Esperamos que unindo nossos esforços possamos trabalhar cada vez mais por um futuro promissor e de paz, onde todos tenham melhor qualidade de vida e oportunidades, mas também gritando contra toda e qualquer injustiça em nosso meio e principalmente fazendo constar elogio a todos aqueles que o merecer.”, diz o texto da moção, em sua justificativa.
No desabafo publicado na Internet, Elizabete diz que nenhum dos menores envolvidos na situação de estupro se recuperará. “Um pela agressão descomunal que lhe foi imposta e outro pela certeza da impunidade.”, esclarece um trecho do alerta escrito pela delegada.
Veja a matéria que o Diário de Cáceres fez, sobre o desabafo da delegada em rede social:
Liberação do menor envolvido em estupro de criança deixa delegada revoltada
A soltura de um garoto de 13 anos, que juntamente com um maior, estuprou um garoto de sete anos incompletos na semana passada em Cáceres, deixou a delegada responsável pelo inquérito, Elizabeth Garcia dos Reis (titular da Delegacia da Mulher e da Delegacia da Infância e Juventude), indignada. Tão indignada que, numa atitude pouco comum, ele usou as redes sociais e postou um desabafo, onde escreveu o termo "di menor", popularmente utilizado. Na narrativa, ela conta que ouviu os lamentos da família do menos, ainda na delegacia, quando viram que o acusado havia sido liberado. Veja abaixo o desabafo postado e a seguir a matéria sobre o fato:
Amigos do Face, nunca comentei sobre o meu trabalho nesta página mas hoje quero dividir com todos vcs a minha frustração = uma ocorrência d estupro de vulnerável envolvendo um adolescente ¨OS DI MENOR¨, e um maior de idade e uma criança do sexo masculino (VÍTIMA), com apenas 06(seis) anos de idade. O adolescente foi apreendido (pela Polícia Militar) e autuado em flagrante pelo Delegado d plantão, mas vejam q coisa INÉDITA, estávamos nós, servos d DEUS e da POLÍCIA JUDICIÁRIA CIVIL (a Polícia Militar prendeu o DI MENOR a Polícia Civil o maior de idade), procedendo auto de prisão em flagrante delito do maior d idade, qndo ouvi lamentos e gritos de desespero e ao sair do meu gabinete pude ver os familiares da vítima em desespero, pois tomaram conhecimento que o agressor ¨DI MENOR¨ havia sido liberado, após ser apresentado ao representante do Ministério Público. Os familiares do agressor maior de idade q estavam na sala da frente, os da vítima em outra repartição (como o ambiente é pequeno, tudo se escuta) . Resultado = enquanto uns choram, outros se beneficiam. Eu fiz a minha parte o maior de idade foi para cadeia pública; quanto tempo ele vai ficar lá, não sei, depende de quem vai interpretar a lera fria da lei. Eu sou Delegada de Polícia, não Promotor(a) nem Juiz(a). O mais triste de tudo é q NÓS Policiais (Civis e Militares) somos aqueles q temos o contato imediato com as vítimas e os agressores. Enquanto as vitimas se apresentam debilitadas física e psicologicamente, envergonhadas, amedrontadas, senão ensaguentadas, sujas e cheirando a esperma e suor, os agressores se sentem seguros e protegidos pelos familiares e advogados e a LEI VIGENTE. Eu faço uma pergunta = porque será que a POLÍCIA CIVIL E MILITAR comete o que costumam dizer= mais falhas, erros, são mais punitivas, são truculentas, são abusivas, são violentas, são tudo de ruim a que uma comunidade pode atribuir. O Promotor de Justiça e o Juiz só tem contato com as partes, depois de algum tempo, quando já passou o primeiro trauma, isso quando a vítima não fica frente a frente com os agressores (pessoas leigas não sabem que podem pedir que o agressor saia da sala de audiência, normalmente quando a vítima entra na sala de audiência já se depara com o agressor e sem algemas, o Juiz, o Promotor e o Advogado todos muito bem vestidos = se sentem mais uma vez vítimas do próprio sist
ema). Nossas Leis vigentes são retrogradas ou não existe políticas públicas para o perfeito exercício das mesmas, ou os seus executores as estão interpretando de acordo com o q entendem afinal o Direito nunca foi uma ciência exata.
Veja a matéria do fato (MidiaNews)
A Polícia Civil prendeu um jovem de 18 anos e deteve um adolescente de 13, principais suspeitos de estuprarem um menino de sete anos. O crime ocorreu ontem à noite em Cáceres (a 230 quilômetros da Capital).
O crime teria ocorrido numa casa abandonada na periferia da cidade. O jovem foi preso e autuado pelo crime de estupro de vulnerável. O adolescente, no entanto, foi liberado pela Justiça.
Segundo a delegada Elisabete Garcia dos Reis, o menor foi detido horas após o crime e o outro suspeito foi localizado no início da manhã de hoje (14).
“Com isso autuamos em flagrante. Existem provas nos autos e, no caso de estupro de vulnerável, a palavra da vítima é o que vale”, explicou a delegada.
De acordo com a delegada, a mãe da criança foi até a Polícia para denunciar o abuso sexual, após o menino procurar a tia com a roupa manchada de sangue. A criança também reclamou de dores físicas.
A criança contou que, no curto trajeto entre o posto de saúde à casa da tia, foi abordado pelo adolescente, que o convidou a ajudá-lo a cortar capim para alimentar cavalos.
No entanto, a criança foi levada para uma casa abandonada no meio do mato e lá teria sido violentada pelo adolescente e pelo jovem de 18, que já aguardava no local.(matéria feita em 17 de junho de 2013, por Clarice Navarro Diório)