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Médicos vão ganhar R$ 10 mil reais de bonus para trabalhar, Cáceres está na lista
Por Renê Dióz
10/07/2013 - 15:45

Foto: ilustrativa
Treze municípios de Mato Grosso foram apontados pelo Ministério da Saúde como prioritários para inclusão no programa Mais Médicos, que pretende levar mais profissionais de medicina para o interior do país ou regiões com carência de profissionais. Cuiabá e Várzea Grande, região metropolitana da capital, estão na lista assim como Porto Estrela, a 198 km de distância, que detém uma das menores populações do estado (confira lista abaixo). A lista do Ministério da Saúde contém 201 capitais ou regiões metropolitanas brasileiras em que há populações em situação de maior vulnerabilidade, grupo no qual se inserem Cuiabá e Várzea Grande. Além dessas, a lista contém municípios com baixos índices de receita pública per capita ou alta vulnerabilidade social. Também foram incluídos 25 distritos sanitários especiais indígenas. Município de Mato Grosso População Alto Boa Vista 5.247 Cáceres 87.942 Campinápolis 14.305 Colniza 26.381 Cotriguaçú 14.983 Cuiabá 551.098 Gaúcha do Norte 6.293 Poconé 31.779 Porto Espiridião 11.031 Porto Estrela 3.649 Santo Antônio do Leverger 18.463 Várzea Grande 252.596 Vila Bela da Santíssima Trindade 14.493 Dados do Ministério da Saúde e do Censo 2010 do IBGE As respectivas administrações municipais agora têm até o dia 25 de julho para aderirem ao programa Mais Médicos, atendendo aos requisitos de edital publicado nesta terça-feira (9) no Diário Oficial da União (DOU). Dentre os requisitos estão obras de reforma e adaptação das unidades de saúde que receberão os profissionais alocados pelo programa, o que pode ser feito inclusive com recursos oferecidos pela União. O programa Mais Médicos prevê o reforço da capacidade de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS) por meio da concessão de bolsas a partir de R$ 10 mil e ajuda de custo pagas diretamente pelo Ministério da Saúde aos profissionais que forem para as regiões designadas. No caso de Mato Grosso, que se insere na zona da Amazônia Legal, esses profissionais poderão receber bolsas de R$ 30 mil, valor também oferecido para os médicos que se dirijam a regiões de fronteira ou distritos sanitários indígenas. Ao lado das novas políticas de formação de profissionais e de reestruturação de hospitais, o Mais Médicos é um dos eixos da força-tarefa lançada pela presidente Dilma Rousseff (PT) para promover um choque de gestão nos serviços de saúde, parte em resposta aos últimos protestos realizados no país. Má distribuição de profissionais Seu embasamento é o diagnóstico de má distribuição dos profissionais de medicina: 1,8 médicos para cada grupo de mil habitantes, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. No entanto, para a presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) de Mato Grosso, Dalva Neves, o programa lançado pelo governo federal tenta “tapar o sol com a peneira” ao tentar elevar a qualidade dos serviços de saúde “num passe de mágica” sem proporcionar a devida estrutura para os profissionais. Para ela, a lista de municípios divulgada pelo Ministério da Saúde é uma “aberração”. Na rede privada da cidade, atuam uma média de 7,28 médicos para cada mil habitantes. Já na rede pública, o número de médicos cai para 1,2, informa Dalva, disparidade provocada pela ausência de condições estruturais de trabalho e de carreira para o profissional de saúde.O argumento da presidente se baseia na situação de Cuiabá, capital e cidade mais populosa do estado, também inclusa na lista prioritária do programa Mais Médicos. “Os médicos estão estarrecidos com tudo que está acontecendo. Essa medida provisória é uma trapalhada. É uma incompetência total do governo federal e a cada dia eles tiram da cartola alguma coisa para jogar na opinião pública”, critica.
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