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Cáceres:Friboi não volta porque teria que executar obras ambientais onerosas
Por Diário de Cuiabá/Clarice Navarro Diório
07/07/2013 - 08:29

Foto: arquivo
Apesar das vá¡rias tentativas das autoridades polí­ticas de Cáceres (225 quilômetros a oeste de Cuiabá¡), a diretoria do JBS Friboi confirmou que não vai reabrir o frigorí­fico localizado na cidade, fechada há quase três anos e que gerava cerca de 700 empregos. A decisão de não reativar a planta foi anunciada em São Paulo. Há duas semanas, o vereador Marcinho Lacerda, juntamente com o secretário de Governo da prefeitura de Cáceres, Neto Gouveia, e um representante da Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), seguiu para Sãoo Paulo, onde se reuniu com a diretoria do JBS Friboi, maior processadora de carne bovina do mundo. O encontro com representantes da empresa fez parte da articulação para reabertura do complexo do frigorí­fico em Cáceres, mas a diretoria do Friboi se manifestou dizendo que a planta operava de forma deficitária, além dos problemas ambientais. A prefeitura chegou a sinalizar com o asfaltamento do entorno do frigorí­fico, mas os diretores se mostraram irredutÃíveis. O máximo que pode acontecer é o grupo utilizar o prédio para um entreposto de abastecimento dos caminhões de transporte, o que geraria em torno de 50 empregos. Um dos grandes entraves são a falta de licença ambiental. Para obtenção do documento, como foi dito no final de 2011 - se faz necessária a transferência das lagoas de escoamento, obra considerada pela antiga direção da planta como muito onerosa. No final de 2011, foi prospectada a possibilidade de o frigorí­fico retomar as atividades, após 15 meses de desativação, até julho de 2012. A unidade era a maior empresa privada em atuação no município.. O frigorÃífico começou a paralisar de forma gradativa suas atividades no iní­cio de setembro de 2010, por questões de mercado. A planta funcionava há 25 anos e abatia cerca de 500 bovinos por dia. Para Marcinho Lacerda, a negativa da reabertura da planta é lastimável. "A retomada de abate de bovinos no frigorífico de Cáceres euma luta que deve ser encampada por todos os empresários, pecuaristas, sindicatos enfim, pela sociedade, pois o encerramento das atividades da empresa no município teve forte impacto na economia local e regional, gerando inúmeros problemas sociais, principalmente com o desemprego de centenas de trabalhadores". No inicio de abril Marcinho Lacerda apresentou indicação durante sessão ordinária na Câ¢mara Municipal de Cáceres, que foi aprovada por todos os vereadores. Na indicação o parlamentar solicitava estudos junto a direção do JBS quanto a viabilidade de reativar a indústria frigorí­fica no município. Mesmo diante da negativa, o vereador, assim como Neto Gouveia, afirmam que o entreposto jáseria um passo e que a reabertura da planta deve continuar sendo uma luta, considerando que a região oeste de Mato Grosso concentra o maior rebanho bovino do estado de Mato Grosso. HISTÓRICO- Em setembro de 2010, o grupo confirmou a paralisação por meio de nota, mas não justificou a decisão, dizendo apenas que se tratava de uma estratégia interna de atuação. Com o encerramento das atividades, o abate foi direcionado para outras unidades do JBS localizadas em um raio de 150 quilômetros de distância de Cáceres, como as unidades de São José dos Quatro Marcos (com capacidade de abate de 1,1 mil cabeças/dia) e Araputanga (com capacidade de abate de 1 mil cabeças/dia). Ao encerrar as atividades, 700 colaboradores diretos foram demitidos e cerca de R$ 406 mil ao mês eliminados da economia, considerando o volume de funcionários e uma média salarial de cerca de R$ 580, piso comercial na época.
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