A Secretaria de Logística Intermodal de Transportes de Mato Grosso (SELIT) está realizando um estudo para analisar a viabilidade da implantação da Ferronorte ligando Cuiabá a Porto Velho-RO. O trabalho que analisa dois traçados, um deles passando por Cáceres, será apresentado pelo secretário Francisco Vuolo, nesta sexta-feira, 16, no Sesiclube, durante o Fórum de Desenvolvimento da Região. O traçado passou a ser visto com interesse após o apagão logístico deste ano. A Ferrovia agora é vista como estratégica para completar o modal que está se formando com a efetivação da Zona de Processamento de Exportação (ZPE), do Porto de Morrinhos e a Pavimentação da MT 343 e de um trecho de 80 quilômetros da BR 174. Este mês a Ferronorte começou a operar em Rondonópolis, concretizando um projeto iniciado na década de 80 com base em uma Lei de autoria do senador Vicente Vuolo. Com quatro terminais em operação no Estado – Alto Taquari, Alto Araguaia (414 km ao sul), e Itiquira (357 km) e Rondonópolis (212 ao sul), a Ferronorte é a única estrada de ferro existente hoje em Mato Grosso, e conta com 370 quilômetros de trilhos dentro do Estado. De acordo com a ALL (América Latina Logística, concessionária desse trecho), o terminal de Rondonópolis será o maior da América Latina, com 385 hectares. Vai dar para carregar duas locomotivas e descarregar seis caminhões ao mesmo tempo, o que representa um incremento de 10 milhões de toneladas de carga por ano nessa ferrovia. A partir da inauguração do terminal de Rondonópolis, começarão a chegar ao Estado contêineres com produtos industrializados. Este processo vai viabilizar a expansão até Cuiabá, um sonho antigo que pode começar no que vem. Ferrovias Com a decisão do Governo Federal de priorizar a expansão da malha rodoviária e o transporte sobre rodas, na década de 1960, as ferrovias foram aos poucos sendo deixadas de lado no Brasil. O país chegou a ter mais de 35 mil quilômetros de estradas de ferro, em 1950, e hoje são apenas 28,6 mil quilômetros, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mato Grosso sempre esteve de fora dessa expansão. Em 1976, o então deputado federal Vicente Emílio Vuolo elaborou o plano de interligação ferroviária entre São Paulo e Mato Grosso, chegando a Rondônia e ao Pará, buscando saídas para o Norte e o Oceano Pacífico. O projeto foi feito na década de 1980, e abandonado pelo alto custo de implantação, e retomado somente na década de 1990. A primeira cidade mato-grossense a receber uma estrada de ferro foi Alto Taquari (479 km ao sul de Cuiabá), no ano 2000. Desde então, a ferrovia que levou o nome de seu idealizador, Vicente Vuolo, pouco avançou, e somente este ano chegou à Rondonópolis. (Com Laíse Lucatelli)