Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
A recompensa que nos espera
Por por Rosildo Barcellos
08/09/2013 - 09:38

Foto: ilustrativa
É cediço que desde que nosso dia se inicia, as nossas tentações abrem o apetite. Desde a vontade de ficar na cama mais “dois minutos”, a vontade de discutir com alguém no trânsito, a vontade de “trair” seu namorado, mesmo sabendo que ele fez e viveu situações que nenhum homem viveria por ti. Mas como resistir a um doce vistoso...a atualizar sua página no “facebook”. E porque não esperar mais um pouco para fazer o trabalho da faculdade, aqueles exercícios de física ou mesmo ir para uma academia ou fazer uma caminhada ? Percebo que,muito disso está vinculado a educação recebida dos pais. Não faz sentido os pais tentarem ensinar algo aos filhos que eles mesmos não praticam. Somos espelhos de nossas famílias. Mas um detalhe que passa sempre despercebido por muitos pais é que há a imperiosidade de se ensinar desde tenra idade a importância de não dar tanta importância às recompensas de curto prazo. Aliás este tema já foi muito debatido e existe um conhecido teste denominado “ teste do marshmallow” idealizado e realizado pelo psicólogo Walter Mischel e que comprova de uma maneira simples mais muito interessante a referida tese. Eis que no final dos anos 60, o sobredito profissional realizou um estudo na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, com o intuito de testar a capacidade das pessoas de adiar seus “desejos”. O pesquisador Mischel recrutou crianças de diversas idades (entre 4 a 6 anos) e as colocou num quarto, sentadas de frente para uma mesa com um prato de marshmallow. Explicou para as crianças que poderiam comer o marshmallow na hora, ou esperar um pouco mais e ganhar dois. A reação de cada uma delas foi registrada por câmeras ocultas. O objetivo inicial do psicólogo era medir quanto tempo cada criança conseguiria resistir ao impulso de comer o doce. O experimento observou inicialmente que alguns dos pequenos tinham autocontrole e não comiam o doce imediatamente e a variação do tempo que conseguiam se controlar foi anotada. Após alguns anos, foi observado que as crianças que mais tiveram autocontrole se tornaram pessoas adultas com um relativo sucesso tanto profissional quanto pessoal. Claro que questões genéticas,orientação religiosa, culturais e educacionais estavam pesando na balança; mas algumas crianças não avançaram no “doce” resistindo ao seu ímpeto. Ouso afirmar que a educação de nossos filhos é uma tarefa simples. Embora simples não signifique ... fácil. O Brasil continua abaixo da média internacional dos pilares de leitura,atrás de países como Chile e Trinidad e Tobago . Pode piorar se continuarmos nos comunicando apenas por e-mails e por mensagens de celular cheias de abreviaturas. Depende de nós sermos imediatistas e comermos apenas um marshmallow ou saber esperar, redimir dos erros,vencer as tentações,ter confiabilidade, adquirir experiência de vida e ganhar os “dois” marshmallows; entre outros presentes deliciosos, se soubermos esperar e ter tenacidade pra vencer o teste da vida. *Articulista
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