Seis pintinhos e uma mãe super dedicada, que não sai de perto dos bichinhos um minuto sequer. Não, a mãe não é uma galinha. Neste caso, a mãe é uma simpática cachorrinha, a Colie. O caso aconteceu em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Os pais de Caio da Costa, de 7 anos, compraram os pintinhos em uma loja agropecuária e assim que os trouxeram pra casa foi paixão, ou melhor, adoção à primeira vista. “É muito legal, porque ela perdeu os filhos dela. E, quando meu pai comprou esses pintinhos, ela ficou pulando e cheirando. Aí ela percebeu que eram pintinhos. Eu acalmei ela e disse que ela iria ficar com eles também”, diz Caio. Pititinha, a outra cachorra, não podia nem chegar perto que a vira-lata avançava. Agora, a convivência já está mais pacífica entre todos os bichos da casa. E, aonde a Colie vai, lá estão os seis atrás. A Colie só fica tranquila quando todos estão juntos. Mesmo quando o dono da Colie, Caio, chama a cadelinha, ela não sai de perto dos filhotes que ela adotou. E, no fim da tarde, quando é hora de recolher para dormir todos juntos e falta um pintinho, a cachorrinha vai e traz o filhotinho na boca. E aí ficam todos reunidos no cercadinho. Dona Antônia Marques Nunes, avó do Caio, já viveu no sítio, mas nunca tinha visto nenhum caso parecido com esse. “Mas é tão interessante isso, né? É engraçado”, afirma. O médico veterinário Rodolfo Gianetta levanta duas hipóteses para o caso. A primeira é de uma gravidez psicológica ou, simplesmente, Colie teve o instinto materno e de proteção despertado assim que viu os pintinhos órfãos. “Esse comportamento tem duas visões bem interessantes. Uma é a fisiológica, quando o animal pode estar num período fértil, uma fase hormonal em que está preparado para ser mãe e acaba adotando um filhote. Geralmente um animal recém-parido tende a adotar filhotes de outras espécies. Outros casos são mais instintivos, em que um animal tende a proteger o outro mais jovem. Questão de proteção e cuidado. Esse instinto materno, relação mãe e filho", explica.