Família de Diamantino tem nova visão sobre sucessão familiar após curso
Por Assessoria
23/11/2013 - 08:44
Emílio Ramos sempre quis fazer parte da administração da propriedade rural de sua família em Diamantino, mas optou por se formar primeiro e ter experiências profissionais em outras empresas. Fez faculdade de administração e, só depois de cinco anos trabalhando fora, resolveu voltar para ajudar nos trabalhos da fazenda.
“Essa experiência me agregou muito conhecimento, por trabalhar fora de negócios muito diferentes do meu. Foi muito válido para minha formação profissional e acredito que isso vai me ajudar a tomar decisões no futuro”, destaca.
O pai de Emílio, o produtor Sérgio Ramos, acredita que a participação dos filhos na propriedade é bastante positiva. “O tradicional era o pai, ao ficar mais idoso, chamar os filhos e dar um pedaço de terra pra cada um. Temos que parar esse processo. Somos milhares de produtores entre algumas empresas que nos fornecem os meios de produção e pouquíssimos que compram a produção. Temos que ser poucos e maiores, aprendermos a ser sócios familiares.”
Pai e filho participaram do programa Sucessão Familiar, que neste ano teve turmas em Cuiabá e Sinop, contando com 60 participantes.
Segundo ele, após o curso, mudou a forma de pensar sobre o assunto “sucessão”, pois as aulas fazem pensar nos passos necessários para passar pelo processo sem dividir as terras. “Temos um processo longo pela frente. Temos que fazer aos poucos, visando sobretudo sermos menos tributados na hora em que passarmos o bastão aos filhos”, afirma.
Nova turma
Graciele Mocellin, filha de produtores rurais de Rondonópolis, participou da turma de Sucessão Familiar de Cuiabá em 2013. Para ela, o planejamento da transição dos negócios da família deve ser desvinculado da morte do patriarca e matriarca.
Ela acredita que o planejamento sucessório deve ser realizado com tempo, pois assim os pais podem organizar a estrutura e a gestão da fazenda, minimizando até mesmo os conflitos familiares que costumam surgir neste momento.
“O sucedido, ou seja, os pais, muitas vezes não gostam de dividir as responsabilidades de administração da empresa rural, mas é uma forma de profissionalização dos negócios, pois estabelece regras e papéis para seus filhos”, afirma.
Segundo ela, é um trabalho complexo que exige uma equipe de profissionais envolvidos, como advogados especializados nas áreas de planejamento tributário, criação de empresas e direito de família, além de contador e psicólogo.
Por acreditar que o curso de Sucessão Familiar abre as portas para que as famílias possam começar a pensar no assunto na região Sul, Graciele indicou pais e filhos que podem se interessar por formar uma turma em Rondonópolis. “Muitas pessoas deixam de participar pelo fato de terem que se deslocar até Cuiabá por dois dias e, se as aulas ocorrerem aqui, fica mais fácil participarem”, diz.
O analista do Senar Mato Grosso responsável pelo programa Sucessão Familiar, Eduardo Silveira, diz que a turma em Rondonópolis pode ser o grande diferencial do curso, que em 2012 ocorreu somente em Cuiabá e em 2013 passou a contar com uma segunda turma em Sinop.
“Essa demanda que foi recebida dos municípios localizados na região sul, faz com que o Senar tenha o interesse em realizar uma terceira turma também em Rondonópolis”, informa.
Os interessados em participar das turmas de Cuiabá, Sinop, Rondonópolis ou de outros municípios podem enviar um e-mail para eduardo.silveira@senarmt.org.br com nomes do proprietário(a) e dos filhos e telefones de contato.