Indígenas cobram pedágio em ato por mais saúde
Por Gustavo Nascimento/Diário de Cuiabá
11/12/2013 - 08:11
Desde o último domingo (8) índios da etnia enawenê-nawê bloqueiam trecho da MT-170, em Juína (737 km a noroeste de Cuiabá), e cobram pedágio para liberar a passagem. Eles classificam a ação como protesto por conta da precariedade das condições de saúde.
Por volta de 150 índios realizam um pedágio próximo a ponte do Rio Juruena. Eles cobram R$ 50 para liberar motos e R$ 100 para permitir a passagem de carros de passeio, caminhonetes, ônibus e caminhões. Os únicos veículos isentos são as ambulâncias e carros oficiais.
O ato é para chamar atenção a respeito do atendimento básico de saúde que não estaria sendo realizado adequadamente no local. Entre as principais reclamações estão a falta de medicamentos para tribo e a parca estrutura do único posto médico da aldeia, que sequer está funcionando por falta de equipamentos e medicamentos.
De acordo com a assessoria da Fundação Nacional do Índio (Funai), o órgão tem acompanhado o caso junto aos indígenas, mantendo o diálogo com a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), que é a responsável por tratar dos assuntos relacionados à saúde deste segmento, uma vez que a principal demanda dos indígenas é a falta de medicamentos e a estruturação de um posto de saúde na aldeia. A Funai informou que vem mantendo diálogo com o Ministério Público sobre o assunto, mas ainda não chegou a uma resolução.
A assessoria do SESAI informou, por meio de nota, que o posto de saúde de Juína, na Terra Indígena dos enawenê-nawê, mantém um estoque regular de medicamentos da atenção básica.
Conforme a assessoria, a partir do próximo ano, a lista de produtos ofertados nos postos que atendem população indígena será ampliada, passando de um total de 500 para 800 medicamentos, segundo portaria assinada na última semana, na 5ª Conferência Nacional de Saúde Indígena.
A assessoria do Ministério da Saúde informou que já está aberto o processo licitatório para aquisição de equipamentos e mobiliário para o posto em Juína. Segundo a assessoria, o posto médico foi recém concluído, no mês de novembro, e por isso ainda não está complemente equipado.