Pedro Henry vai dividir cela com três presos
Por G1 MT
22/12/2013 - 17:06
Espaço de 20 metros quadrados, com cinco camas, uma pequena televisão e um mini-ventilador. Essa é a cela onde o ex-deputado federal Pedro Henry, do PP-MT, deverá ficar preso em regime semiaberto, na Gerência Estadual de Polinter, em Cuiabá, para cumprir a condenação de 7 anos e 2 meses, no processo do mensalão. O G1 teve acesso exclusivo à unidade prisional, neste sábado (21), um dia depois do Supremo Tribunal Federal (STF) autorizar a transferência de Henry para a capital mato-grossense.
O juiz da Vara de Execuções Penais, Geraldo Fidélis, esteve no presídio para vistoriar e checar a real situação em que o ex-parlamentar será recebido. O advogado José Antônio Alvarez declarou que está recorrendo à Justiça para que Pedro Henry deixe Brasília e esteja em solo mato-grossense antes do Natal.
“É uma inspeção apenas para verificar o andamento e a rotina da unidade. Eu já sei que aqui [Polinter] é um lugar que oferece segurança e condições necessárias para que ele cumpra a pena”, enfatizou o juiz.
Dentro do quarto, o espaço também é dividido com um armário e ainda há um pequeno banheiro. Os quartos normalmente são divididos entre cinco detentos, mas atualmente há apenas três. Já do lado de fora, os reeducandos contam com uma geladeira, uma grande mesa para as refeições e ainda uma estante cheia de livros, servindo como biblioteca para os adeptos à leitura. Além disso, os reeducandos cuidam de uma horta, que fica ao lado da Polinter o que contruibui para a remissão da pena.
O diretor da Polinter, Jean Gonçalves, contou que a cada três dias trabalhados a remissão é de um dia. A unidade prisional possui 30 vagas e apenas 18 cumprem pena no momento. São réus condenados em ações cíveis e que possuem nível superior. “O acusado [Henry] vai dividir a cela com os demais e não haverá nenhum tipo de regalia”, garante o diretor. Ainda segundo ele, os horários de visitas ocorrem as quartas e aos domingos, das 8h30 às 16h. Já o horário de entrada e saída é entre 6h e 19h. “O que possibilitará o ex-deputado a exercer alguma atividade fora da unidade”, ressaltou o juiz Geraldo Fidélis.
Na carta de renúncia ao mandato encaminhada para a Câmara Federal, logo após ter a prisão decretada, Pedro Henry disse que voltaria a exercer a profissão de médico. Ele é médico legista e clínico-geral. O magistrado explica ainda que a Polinter é um anexo da Penitenciária Central do Estado (PCE), maior unidade prisional de Mato Grosso e que abriga presos no regime semiaberto. Dificuldade que, segundo ele, é encontrada em Mato Grosso por não ter nenhum presídio para o cumprimento deste tipo de pena.
De acordo com Fidélis, a Casa do Albergado, outra unidade prisional, é para detentos do regime aberto ao passo que o Centro de Ressocialização de Cuiabá (Carumbé) e o PCE são para cumprimento de penas no regime fechado.
Até agora, o Supremo autorizou sete transferências no processo do mensalão, as de Pedro Henry, condenado pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e ao pagamento de multa no valor de R$ 932 mil, Pedro Corrêa e de outros cinco réus para Minas Gerais. Dos 25 condenados, 21 já começaram a cumprir as penas - um deles está foragido, o ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato.