Mato Grosso tem novo exame na detecção de câncer de pâncreas
Por Ícone Assessoria de Imprensa
22/01/2014 - 17:44
O câncer de pâncreas, um dos mais letais, e a oitava causa mais comum de mortes por câncer no mundo agora possui um novo exame para seu diagnóstico precoce em Mato Grosso, a Ecoendoscopia com punção. Pelo fato de ser de difícil detecção, o câncer de pâncreas apresenta alta taxa de mortalidade, por conta do diagnóstico tardio e de seu comportamento agressivo. No Brasil, é responsável por cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados e por 4% do total de mortes por essa doença, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA).
De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva em Mato Grosso (Sobed-MT) e diretor técnico do Centro de Endoscopia Cuiabá (CEC), Roberto Barreto, o Estado é um dos poucos a oferecer este exame e outras revoluções tecnológicas da endoscopia digestiva à sua população, a exemplo de centros de referência como os hospitais Alberto Einstein e Sírio-Libanês. “Estamos, em termos da tecnologia da imagem, junto com os grandes centros. A ecoendoscopia é considerada ‘padrão ouro’ no diagnóstico de doenças pancreáticas e lesões da parede do esôfago, estômago, duodeno e reto”, afirma.
Como funciona
Também conhecido como ultrassom endoscópico, a ecoendoscopia é um procedimento onde, através de um endoscópio fino e flexível, especialmente equipado com uma sonda (transdutor) de ecografia em miniatura acoplada à extremidade do aparelho, que permite a realização de ecografia no interior do tubo digestivo. Dessa forma, o exame proporciona ao mesmo tempo a imagem da endoscopia e o ultrassom.
O transdutor ecográfico permite obter imagens detalhadas das diversas camadas da parede do tubo digestivo em toda a sua espessura, bem como avaliar em profundidade outras estruturas vizinhas do aparelho digestivo, incluindo gânglios linfáticos, vasos sanguíneos, mediastino, pulmões, fígado, vesícula biliar, vias biliares e pâncreas.
Roberto Barreto, explica que essa proximidade proporcionada pelo probe com os órgãos do aparelho digestivo transforma a ecoendoscopia em um exame com resultado muitas vezes superior à tomografia e ressonância magnética. “Devido a essa característica inovadora, o exame é atualmente o melhor para avaliar o pâncreas, lesões da parede do estômago, esôfago, duodeno e também do reto”, comenta.
Complementando o exame ainda ocorre a punção - como é denominado a agulha ultra-fina que funciona como uma biópsia - que é passada pelo interior da sonda de ecoendoscopia até a lesão a ser puncionada. “Esse procedimento é o grande benefício da ecoendoscopia, pois através dele pode-se obter amostra de lesões de órgãos não acessíveis por endoscopia. Por esse método, em alguns casos, pode se evitar um procedimento cirúrgico”, pontua o doutor Roberto Barreto.
O presidente da Sobed-MT ainda pontua que no Brasil, pela dificuldade que os pacientes têm para realizar exames especializados, o diagnóstico costuma ser tardio, por isso a importância desse exame no Estado. “A consequência é que a doença evolui rapidamente. Quando a detecção acontece precocemente, uma cirurgia de retirada do estômago ou do pâncreas pode fazer com que o paciente leve uma vida normal após a descoberta", diz.
A ecoendoscopia é realizada da mesma forma que a endoscopia convencional, após jejum de oito horas e através de sedação. O aparelho é introduzido por via oral (endoscopia alta) ou retal (colonoscopia), conforme a indicação. As imagens são acompanhadas em tempo real pelo médico. O procedimento dura entre 30 e 90 minutos; não é necessário internação.
Em quais casos a ecoendoscopia é indicada
A principal indicação da ecoendoscopia é para avaliação de lesões da parede do esôfago, estômago, duodeno e reto; Avaliação e punções de lesões císticas e sólidas do pâncreas e de mediastino; Investigação de cálculos diminutos de vesícula (não visualizados no ultrassom convencional) e pesquisa de endometriose em mulheres.
Em Mato Grosso, o exame de alta tecnologia pode ser encontrado somente no Centro de Endoscopia Cuiabá. O Sistema Único de Saúde ainda não disponibiliza a técnica e alguns convênios começam a dispor do procedimento.