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Manifesto pela segurança na fronteira já repercute em MT e DF‏
Por Diário de Cáceres/Clarice Navarro Diório
04/02/2014 - 13:04

Foto: Ronivon Barros
Manifestação pela segurança na fronteira, realizada durante o dia de ontem,3, e coordenada pela Prefeitura de Cáceres, Sindicato Rural de Cáceres a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), com a participação da Câmara Municipal, de sindicatos rurais de municípios da região e associados, além de segmentos sociais organizados, a luta prossegue, já com o engajamento do governador Silval Barbosa. O deputado estadual Ezequiel Fonseca(PP), que participo da manifestação durante todo o dia, confirmou a ida do governador para Brasília, para tratar da questão. Hoje, o prefeito Francis Maris e vereadores se reúnem com autoridades bolivianas, no prédio da Receita Federal, próximo a Corixa, que fica na linha de divisa Brasil/Bolívia, no município de Cáceres. Na reunião, a meta é buscar mais uma vez a cooperação das autoridades bolivianas para coibir os crimes transfronteiriços. Quando a mídia divulga a cooperação entre os dois países, afirmando que a Bolívia devolveu um ou mais carros roubados no Brasil e que circulavam no país vizinho, não divulga a "taxa" corada pela devolução. Quem está com o carro, o receptador, cora uma quantia para devolver o bem. Ontem, na manifestação, o fazendeiro de Cáceres, Celso Miura, que teve um trator roubado em sua fazenda, que fica na região da Corixa, confirmou que pagou 2 mil dólares para ter o trator de volta. "Ainda assim compensa, disse ele. O trator vale R$ 200 mil". As autoridades brasileiras querem o reforço na segurança nos 150 km de fronteira seca com a Bolívia, que abrangem 22 municípios de mato Grosso na região oeste. A luta é de toda a sociedade: de políticos, empresários, pecuaristas, ao cidadão comum, que frequentemente sofre com a criminalidade, especialmente em assaltos onde perdem motos ou carros e camionetes. Nas fazendas da região, depois de dez anos, voltou a ser praticado o roubo de tratores e máquinas agrícolas. O reforço coibiria ainda crimes como assaltos a caixas eletrônicos ou agências de correios. A reivindicação não é novidade. O manifesto surgiu após pedidos que partiram de várias categorias. A fronteira está ficando cada dia mais desguarnecida de segurança, quando deveria ocorrer o contrário. Na BR 070, que liga Cáceres a San Mathias, na Bolívia, foi retirado o posto do Gefron-Grupo Especial de Fronteira. As equipes do Gefron ficam agora nos três postos do Indea que existem na região, dando segurança aos fiscais e atuando como polícia. Para isso, recebem diárias do Indea. A ideia da manifestação eclodiu com a notícia do fechamento dos sete destacamentos do Exército que operam na região Oeste. Três deles serão transformados em Pelotões Especiais de Fronteira e passarão a ter um efetivo de 60 homens. Cada destacamento hoje tem 15. Ontem, o prefeito Francis Maris afirmou que como o destacamento da Corixa, que fica no município de Cáceres, está 'na lista' dos que serão fechados, ele vai buscar todas as alternativas para que, ao invés do fechamento, ocorra a transformação do destacamento em pelotão. Além disso, na pauta de reivindicações que será levada aos governos estadual e federal, constam pedidos de aumento de efetivo na Polícia Federal e na Polícia Rodoviária Federal, estruturação do Gefron, a volta do Posto fo Gefron no limão, entre outras demandas. A fronteira com a Bolívia é de mais de 800 km, incluindo os 150 km de fronteira seca. Com muitas estadas secundárias, chamadas de 'cabriteiras', é a porta de entrada de cocaína e outros produtos ilícitos. Assim como é a saída para veículos roubados/furtados, que em território boliviano, passam a ser a moeda de troca para a obtenção da cocaína. O Sindicato Rural de Cáceres abraçou a causa há tempos, cobrando providências das autoridades competentes, também no que se refere a questão sanitária vegetal e animal na fronteira, além da presença de um fiscal federal do ministério da agricultura e pecuária. Em outubro do ano passado, em ofício encaminhado à chefia da 3ª Delegacia da PRF, o Sindicato solicitou a instalação de um Posto da PRF, para agir em conjunto com o GEFRON,na comunidade do Limão. Em novembro de 2013, o ofício foi dirigido a Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça, com o mesmo pedido. Para o presidente do Sindicato Rural, Marcinho Lacerda, é fundamental a união de forças. "O manifesto está sendo a somatória de ações isoladas. Acredito que com o envolvimento da sociedade e dos governos municipais e do Estado, o movimento ganha corpo e voz, para ser ouvido nos gabinetes do Distrito Federal". Como resultado do manifesto, está sendo agendada reunião com o governador Silval Barbosa e com os ministérios competentes, em Brasília, após a definição da pauta a ser apresentada e da comissão que fará este trabalho.
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