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Cuiabanos enfrentam tabu e cresce consumo em 'sex shops'
Por Midianews
09/02/2014 - 15:10

Foto: Midianews
A cada ano, ao que tudo indica, os casais brasileiros - e cuiabanos - estão perdendo a vergonha. Para salvar casamentos, apimentar relacionamentos e dar um "up grade" na relação, homens e mulheres têm recorrido aos "sex shops", que há anos atrás eram vistos como local de pornografia. A "cosmética sensual" é a campeã de vendas. Nela, se incluem os óleos de massagens, vibradores líquidos, cremes para sexo oral, gel com efeito anestésico para sexo anal. Em seguida, os anéis penianos com estimulador de clitóris e os vibradores em geral. De acordo com a presidente da Associação Brasileira das Empresas do Mercado Erótico e Sensual (Abeme), Paula Aguiar, os sex shops nasceram em 1962, na Alemanha, em uma casa de ajuda marital como apoio para casados. Mas foi na década de 70, após o filme Garganta Profunda (1972), que ganhou a pecha de local de pornografia e de não ser recomendável a pessoas decentes. “Ainda há muito preconceito com o setor de sex shop. Antes eram espaços masculinos para exibição de filmes pornográficos. Não havia uma recepção calorosa ao público feminino. Hoje 1% do que se vende nas sex shops são pornográficos e há lojas com mais de 10 mil itens, voltados muito mais para a conquista, a sedução e a preliminar”, explicou Paula em entrevista ao MidiaNews. Os números do setor revelam que a vergonha está ficando para trás e cada vez mais casais têm recorrido ao mercado erótico. Em 2000, 85% dos produtos eram importados apenas 10% das mulheres compravam nos pontos de venda e havia 2% de consumo de produtos eróticos no Brasil. Em 2012, a Abeme calcula crescimento anual de 15% nas vendas. Programas de TV como "Sai de Baixo", o filme De pernas pro Ar e o livro 50 Tons de Cinza alavancaram as vendas e ajudaram a desmistificar os setor. Em Cuiabá, há pelo menos 21 pontos de vendas de sex shops, muitos ainda sobre a alcunha de empresas de lingeries. Uma das desbravadoras do setor é a empresária Cícera Maria de Oliveira, que há 23 anos abriu a Erótika Sex Shop, na Rua Pedro Celestino, no centro de Cuiabá. “Fiz uma pesquisa de mercado na época e a minha loja foi a primeira do setor. Foi muito difícil no início pela falta de conhecimento das pessoas. Eu vendia muito, por telefone, mas com o tempo, a ajuda da mídia ajudou muito”. Outro empresário do ramo William Schmitz, proprietário da Sex Shop Cuiabá, está há sete anos no setor. Ele começou em casa vendendo apenas pelo site da loja e assim permaneceu por dois anos até abrir a loja física. Ele atende no atacado e no varejo. Apesar de uma maior divulgação, ainda há muita timidez, especialmente das mulheres as maiores compradoras. “Tem mulher que até treme quando vê homem dentro da loja. Geralmente vem casais para comprar. Sozinhas ficam com vergonha, ficam andando, andando até a pessoa sair para elas comprarem”, comentou. A administradora Raquel Malaquias compra há quatro anos produtos em sex shops. Ela opta por gel, bolinhas e outros cosméticos. Ela foi a primeira vez numa loja a convite de uma amiga de trabalho. “Eu dou uma balanceada no uso. É legal para sair da rotina, mas não dá para usar sempre, pois aí perde a graça”. Sansão e calcinhas vibratórias Para quem entra pela primeira vez numa sex shop e se depara com uma boneca inflável, dezenas de opções de pênis de todos os tamanhos, diâmetros e cores, pomadas, cremes, géis, chicotes, e todos os apetrechos, deixa a pessoa um pouco retraída. Mas depois que o vendedor passa a apresentar os produtos com seriedade de um negócio e com a tranquilidade de que os adultos fazem sexo, o tom jocoso se perde, e leva com ele a timidez. A gama de produtos vai de acordo com o que a imaginação pede. O básico que são os cremes e géis. Um deles é o Cliv Intt usado para massagem para sexo anal, com um custo de R$ 35. Ele tem efeito lubrificante, anestésico, dilatador e cicatrizante. Um anel peniano para homens que tem ejaculação precoce e ajuda a ‘segurar a onda’ na hora H é vendido a R$ 24,90. Ele ainda tem um estimulador de clitóris. Os vibradores, geralmente ,importados devido à tecnologia, podem chegar até R$ 590. Os modelos mais simples até 59,90 como o famoso coelho de pelúcia mostrado no filme “De pernas pro Ar”. Um dos lançamentos é o Music vibe. Um vibrador em forma de ovo que funciona conforme a música. Ele age até 100 metros. A vibração é mais intensa quando se toca um funk. O valor é de R$ 499,90. A famosa calcinha com vibrador mostrada no filme “De pernas pro Ar” chega a R$ 159,90. As fantasias são um segmento pouco vendido, mas quando saem as mais procuradas são de enfermeira e policial. As bonecas infláveis são pouco procuradas pelos homens. As vendas de vibradores revelam que as mulheres se preocupam bem menos com o tamanho de um pênis do que os homens. Elas preferem os tamanhos ‘padrão’, dentro do que é normal. Mas quando são os homens que vão às compras escolhem modelos avantajados como o Sansão que possui 28 centímetros de tamanho por 6,5 cm de diâmetro. Outro modelo que também chega a assustar é o Hércules com 23,5 por 6,5 cm na cor chocolate. Público evangélico A Abeme desenvolve um projeto gospel para sex shops. Desde o ano passado começou a fazer reuniões com pastores para um bate papo. No dia 08 de fevereiro, a presidente da associação, Paula Aguiar foi até a Praça do Conhecimento no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, e se reuniu com líderes religiosos para ouvi-los a respeito do que consideram interessante para os evangélicos e como contribuir para melhoria do casamento. A ideia da Abeme é criar um manual de comportamento para vender a esse público. Ela cita o vídeo do pastor Claudio Duarte, da Igreja Batista Monte Horebe, que trata da sexualidade dentro do casamento cristão e de que alguns produtos eróticos podem aumentar a afetividade e intimidade de um casal. “Hoje se faz muitas consultorias matrimoniais trabalhando o público evangélico com as lingeries, gel de massagem e outros acessórios. Depende muito da igreja”. Na loja Sex Shop Cuiabá, os religiosos compram mais produtos pelo site ou por telefone. “Eles são mais discretos”, comentou William Schmitz. Depois de usar os produtos, muitos casais ligam agradecendo. Uma relação sexual pode se prolongar ainda mais com brinquedo fortalecendo a intimidade. Conforme a presidente da Abeme, mulheres acima dos 40 ou 50 anos se privaram do prazer e quando passam a se conhecer por meio dos objetos eróticos, ela tem uma vida mais saudável. “Prazer é qualidade de vida. O uso de vibrador reduz os sintomas da menopausa. A mulher que chega ao orgasmo consegue reduzir o quadro de ansiedade e depressivo”, disse. Ela citou o filme Histeria (2011) que mostra que o vibrador era usado como forma de curar a histeria das mulheres. “Ele é uma fonte de saúde e não há esse perigo de viciar. Quando a mulher começa a conhecer os pontos que lhe dão mais prazer, ela vai querer mostrar essa habilidade ao companheiro e tem uma nova visão de prazer. Isso faz bem aos dois”.
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