O caminho da Ética
Por Francisco Faiad
17/03/2014 - 06:47
Não há dúvidas de que o maior patrimônio de um Governo é o servidor
Cuiabá sediou esta semana o 2º Encontro de Gestão da Ética Pública, promovida pela Secretaria de Estado de Administração. Mais de 400 pessoas, todos funcionários do Governo, se fizeram presentes por três dias no Cenarium Rural. O primeiro evento do tipo foi realizado quando eu ainda ocupava o cargo de secretário do Governo. Tinha umas 50 pessoas. Ou seja, a mobilização em favor da construção de uma gestão com princípios éticos avança rapidamente em Mato Grosso.
Não há dúvidas de que o maior patrimônio de um Governo é o servidor público. E creio que um Governo deve ter em sua plataforma de ação sempre ‘investir pesado’ na preparação do seu trabalhador para que ele possa produzir mais e melhor. E vou mais longe. Sou defensor de que esse investimento não seja uma deliberação do governante de plantão, mas, sim, uma prática institucional, uma política de Estado.
Durante o período em que estive como secretário, uma das primeiras iniciativas que adotei foi a de reestabelecer por completo todas as ações prioritárias da Escola de Governo. Aliás, na minha opinião, essa Superintendência, junto com o Arquivo Público, se constituem em um forte pilar que merece toda a atenção por parte do Estado. É ali que saem as grandes iniciativas visando à formação do servidor.
Por falar nisso, tive oportunidade de ajudar a construir e até proferir palestra nesse curso de aperfeiçoamento recém- concluído para 1,2 mil pessoas, idealizado junto com a Secretaria de Ciência e Tecnologia do Estado. Foi de grande valia porque significou uma semente plantada e que deverá gerar frutos formidáveis, como a criação do curso de pós-graduação, chegando ao mestrado para os servidores.
E o que isso significa para o servidor? A possibilidade de progredir na carreira, ter melhor salário. Porém, o benefício maior é da sociedade em geral e para o próprio Estado. A sociedade, como observei há pouco, é beneficiada porque tem um servidor mais preparado, em condições de atendê-la com muito mais desenvoltura e capacidade criativa. E ganha o Estado porque um servidor bem preparado significa economia de custos, de gerenciamento e até do número de pessoal: na matemática da racionalidade, um servidor bem preparado, vale por dois. No estado, hoje, não há mais espaço para os ‘barnabés do carimbo’.
Melhor ainda se esse servidor, melhor e bem preparado para atender os interesses do Estado voltado às demandas do cidadão, tiver concretizado e mobilizado pelos princípios éticos. E por que? Porque é o servidor, sem dúvidas, o grande guardião dos interesses públicos e do Estado. Com o sistema criado durante o período em que estive na Secretaria de Administração, caberá ao servidor se incorporar no sentido de evitar eventuais deslizes que por ventura ocorram na administração.
Pelo Sistema de Gestão Ética caberá ao servidor, de forma intransigente, ajudar a zelar pelos interesses públicos. A proposta que levamos a efeito prevê prioritariamente uma forte contribuição para que seja implementada em Mato Grosso políticas públicas tendo a transparência e o acesso à informação como instrumentos fundamentais para o exercício de gestão da ética pública. Isso vai permitir promover, com apoio dos segmentos governamentais, a compatibilização e interação de normas, procedimentos técnicos e de gestão relativos à ética pública.
Portanto, acredito que o caminho mais efetivo e eficiente para a boa gestão pública esteja voltada para a cultura da ética. É ela quem vai responder ao melhor de uma gestão moderna, eficiente e participativa. Um anseio do servidor público e do povo.