Embora tenha negado um aumento salarial, o governo do Estado admitiu ontem a possibilidade de reestruturar a carreira dos policiais militares, que desde o início da semana intensificaram a mobilização, com ameaça até de greve durante a Copa do Mundo. 

Representantes da PM se reuniram ontem com o governador Silval Barbosa e lideranças estaduais para dar abertura ao processo de negociação. O encontro aconteceu no Palácio Paiaguás. Uma nova reunião foi marcada para a próxima quarta-feira. 

“Foi positivo. Antes o governo não queria nem conversar. Agora já abriu um canal de negociação”, afirmou o major Wanderson Nunes, presidente da Associação dos Oficiais da PM e do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso. 

O oficial afirma que não é interesse das duas corporações radicalizar contra o governo, embora exija que haja uma definição sobre o pleito ainda antes da Copa. “Nós somos parceiros, mas não vamos admitir que a negociação ocorra depois da Copa”. Um dos temores do governo do Estado é a possibilidade de os policiais paralisarem as atividades no Mundial. 

O secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, também saiu otimista do encontro. “Eles tiveram preocupação com o processo de negociação, não se radicalizando. O governo faz jus ao aumento da categoria, porque são profissionais valorosos que contribuem para o Estado, mas temos que analisar os impactos e efeitos econômicos que a proposta traz para a folha. Na quarta-feira vamos nos reunir para continuar as negociações”. 

Na reunião da próxima semana, as associações de policiais pretendem apresentar à equipe econômica do governo um estudo mostrando que a reestruturação não trará maiores impactos aos cofres públicos. 

Ao final da reunião, Nadaf tentou tranquilizar a população sobre uma possível paralisação na Copa do Mundo. “Cuiabá é a 3ª cidade que mais receberá turistas durante o mundial. Só chilenos, que virão para o jogo do dia 13 de junho, serão aproximadamente 13 mil. Nós daremos toda a segurança necessária tanto aos quem vêm de fora como a população mato-grossense”. 

O major Wanderson explicou que a reivindicação apresentada foi a proposta de reestruturação parcelada em quatro vezes - nos meses de julho e dezembro deste ano e maio e outubro de 2015 - e fez uma análise positiva deste primeiro encontro. “A polícia continua trabalhando, a tropa está de prontidão, é parceira do governo. Nós conseguimos apresentar para equipe técnica nossa proposta e acredito que o governo vai ser sensível. Estamos utilizando todos os meios legais para fazer valer nossa reivindicação.” 

O deputado estadual José Riva analisou a reunião como satisfatória e afirmou que a polícia reconhece os avanços alcançados durante esta gestão.