Técnicos do Serviço Nacional de Sanidade Agrária (Senasa), ligado ao Ministério da Agricultura e Irrigação do Peru, iniciaram nesta terça-feira (03) agenda oficial em Mato Grosso. A visita ocorre quase um mês após o país anunciar embargo à carne bovina brasileira, em função de um caso atípico de vaca louca.
Representantes discutem com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa-MT) e o Instituto de Defesa Agropecuária (Indea-MT), o atendimento às medidas sanitárias contra a Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) e os controles do estado. A ocorrência da doença em um animal criado em Porto Esperidião fez o Peru embargar por 180 dias o comércio da carne entre os países.
A agenda oficial segue até a quinta-feira e inclui, além das rodadas de conversações com os órgãos, visitação em propriedade rural, frigorífico, e também escritórios do Indea em Cuiabá.
"O caso atípico em Mato Grosso foi encerrado com todas as ações executadas de acordo com a OIE (Organização Mundial de Saúde Animal). Nenhum risco à saúde humana foi oferecido porque o sistema de vigilância está funcionando", afirmou, ao Agrodebate, o médico veterinário Donizeti Mesquita, responsável pelo Programa de Prevenção da Vaca Louca e Controle de Raiva em Herbívoros do Mapa em Mato Grosso, durante um rápido intervalo da reunião com a comitiva peruana.
A restrição às importações de carne bovina foi publicada no Diário Oficial peruano ainda em 07 de maio, com vigência de 180 dias. Com a decisão, as permissões sanitárias para importação de produtos como carnes, miúdos e vísceras de bovinos, foram canceladas.
Representantes do governo peruano, que já estiveram em Mato Grosso cumprindo agenda bilateral, já haviam anunciado que o embargo poderia ser reduzido ou ampliado de acordo com as informações recebidas do Brasil sobre o caso de vaca louca.
Os peruanos foram os primeiros a impor restrição temporária à proteína. As negociações entre os dois países se resume à venda e compra de miúdos bovinos.
Em 2013 o Brasil exportou 1.557 toneladas deste produto ao Peru, gerando uma receita de US$ 2,9 milhões. A participação nas exportações brasileiras em 2013 não chegou a 1% (0,1%).
Os embarques feitos exclusivamente por Mato Grosso foram pouco maiores a 313 toneladas de miúdos, sendo 1% das vendas totais de miúdo feitas pelo Estado.