A sociedade adotou como ‘norma’ que a melhor idade é quando somos jovens e contamos com a beleza, a vitalidade e disposição para viver a vida. Engano quem pensa assim.
Hoje o mundo mudou. Estamos numa realidade em que a base da pirâmide etária que são os jovens está menor que a dos idosos. Os jovens morrem cedo e os idosos vivem mais e estão cada vez mais lutando para garantir seu espaço na sociedade. Essa historia de passar dos 60 anos e colocar o pijama assim que o sol se põe, já é coisa do passado.
Os idosos de hoje vendem vitalidade. Saem, dirigem, namoram, se divertem, participam de atividades físicas, interagem pelas redes sociais e viajam. Já são considerados uma fatia do mercado lucrativa. Tanto que excursões, bailes da terceira idade e atividades voltadas para esse segmento têm ganhado espaço e já colabora com o setor econômico do país.
E nada mais que merecido. Passaram a vida inteira acumulando patrimônio para os filhos e netos ou simplesmente esperando o tempo da aposentadoria chegar para poder viver de verdade os prazeres da vida. E estão vivendo...a melhor idade de suas vidas!
Só que esse grupo, ainda é discriminado pela sociedade e apesar do estatuto do Idoso, alguns sofrem maus tratos nas mãos de filhos, curadores, netos que em alguns casos se apropriam de suas pensões e ainda os abandonam em asilos. Eles que a vida inteira lutaram para que essa geração pudesse ter uma vida com menos privações do que eles tiveram. E nós acabamos negando a eles é o direito de viver com dignidade.
Esquecemos que um dia a idade chega também para todos e o jeito que tratamos nossos idosos hoje, será a maneira que seremos tratados amanhã, conforme a educação que recebemos. Quem sabe um dia tenhamos a cultura de países como na China e no Japão, onde a velhice é sinônimo de sabedoria e respeito. Até lá, vale essa reflexão!
Isabel Silveira é educadora, psicóloga