Em resposta à nota divulgada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública de Mato Grosso (SESP), sobre os testes de avaliação psicológica aplicados nos candidatos do concurso público para os cargos de escrivão e investigador de Polícia, o Conselho Regional de Psicologia (CRP 18 -MT) presta os seguintes esclarecimentos:
O CRP 18-MT informa que o seu objetivo ao pedir a suspensão do referido concurso, é resguardar a SESP e os candidatos de possíveis falhas na avaliação do perfil profissiográfico, de forma a garantir que sejam selecionados os melhores perfis para os cargos disponibilizados.
Ressalta-se que os testes utilizados na avaliação psicológica dos candidatos estão devidamente autorizados para uso pelo Conselho Federal de Psicologia (CFP) e estão de acordo com os padrões exigidos pela legislação;
A atuação do CRP 18 - MT diz respeito exclusivamente às denúncias de possíveis falhas no que se refere ao processo de aplicação e correção dos testes psicológicos;
Estão sendo averiguadas as seguintes inadequações na aplicação das provas de avaliação psicológicas: havia um único profissional para orientar os mais de 25 candidatos presentes em sala de aula, o que descumpre às exigências de que acima de 25 candidatos é necessário a presença de um auxiliar; alguns candidatos relatam ter realizado o teste à caneta, nos casos em que deveriam obrigatoriamente ter sido feito à lápis - o que não foi verificado pelo psicólogo aplicador para sua substituição por nova prova, o que indica falta de capacitação do profissional e mal uso do instrumento; e, por fim, as condições ambientais estavam em desconformidade com o que orientam os manuais de aplicação de testagem psicológica.
A padronização na aplicação dos testes psicológicos deve ser de conhecimento e responsabilidade dos aplicadores e está prevista nas normas do CFP. Elas são fundamentais, pois são justamente esses parâmetros que possibilitam ao avaliador conhecer o caráter subjetivo da avaliação e atestar a qualificação ou não do candidato. O mal uso do material técnico, que é o teste psicológico e suas normas de aplicação, interferem na fidedignidade do instrumento e comprometem seus resultados.
Desde maio de 2014, o CRP 18 vem acompanhando diversas denúncias a fim de apurar possíveis falhas na aplicação e correção de testes psicológicos. Como autarquia criada com o fim de orientar e fiscalizar a profissão, cabe a ela também o papel de investigar denúncias de infrações éticas e técnicas no exercício da profissão de psicólogo. A SESP, assim como a empresa contratada para a realização do referido concurso, estão sendo alertadas para que a questão seja devidamente esclarecida e se garanta à sociedade o exercício da profissão de psicólogo no rigor que lhe compete.
Luiz Guilherme de Araújo Gomes
Presidente do CRP 18-MT