Após quase uma década de trabalho tranquilo, sobrevivendo com poucos recursos do SUS, promoções, doações de penas alternativas realizadas pelo Poder Judiciário; pelas constantes doações de mercadorias (produtos do Descaminho) realizadas pela Receita Federal do Brasil em Cáceres, enfim, pela comunidade como um todo, o Hospital O Bom Samaritano desde novembro do ano passado vem sofrendo dificuldades financeiras, inclusive com pendências de pagamento a funcionários e fornecedores.

A Realização do Festival de Prêmios, em maio desde ano, saldou parte da divida existente, inclusive com duas folhas de pagamento em atraso naquele momento, mas as dificuldades voltaram a surgir neste mês de julho, inclusive já apresentando um saldo negativo de aproximadamente R$ 70.000,00.

As dificuldades surgiram quando a reserva financeira existente em caixa necessitou ser revertida para complementação do Recurso Federal de R$ 300.000,00, a fim de conclusão da obra de reforma do primeiro bloco, visto não ter sido o montante suficiente para a total adequação do projeto.

Hoje, o Hospital recebe do Governo do Estado à importância de R$ 15.876,55 como Incentivo, somados ao recebimento de R$ 22.084.06, do Sistema Único de Saúde, referente aos exames ambulatoriais e internações, esse valor atinge o montante de R$ 37.960,61, que supre somente a folha de pagamento e encargos trabalhistas dos 25 colaboradores existentes na Instituição, então, as doações, as promoções, o apoio da Prefeitura de Cáceres, que este ano contempla por meio da LDO, um repasse de R$ 35.000,00/ ano, são fundamentais para manter o funcionamento do Hospital, mas, uma vez que em 2013 e 2014 foram constantes os atrasos nos repasses da Saúde; a ausência de doação dos produtos de descaminho desde março de 2013, e em 2014 por ser ano eleitoral que implica em impedimento legal para isso, a situação está se tornando crítica.

A diretoria já esteve no dia 10 passado em conversa com o Secretario de Saúde do Estado,  Jorge Lafetá, que se mostrou interessado em procurar alternativas, dentro do que a Lei permite, para os pedidos feitos pela diretoria, dentre eles: a concessão de uma equipe multidisciplinar para que possa aumentar o número de internações e que realmente atenda a demanda dos 22 municípios vizinhos; a revisão dos valores pagos pela Contratualização por ser Hospital de referência estadual no tratamento de doenças tropicais, e, principalmente, um aumento no valor do Incentivo repassado pelo Governo do Estado.

  Preocupados, pois toda medida em nível de Governo é demorada e burocrática, a diretoria e conselho fiscal, representados pelos Clubes de Serviços: Lions, Rotary; as Lojas Maçônicas, e Igrejas de Cáceres, se reunirão nesta quarta feira, 23, ás 19 h no Rotary Clube de Cáceres, para, em conjunto, buscar meios para sanar as dificuldades e manter em funcionamento este importante hospital fundado pelos freis holandeses, com mais 40 anos de História, e que tanto bem fez a Cáceres e Região no combate a Hanseníase e outras dermatologias tropicais.