A Polícia Federal deflagrou a Operação São José na cidade de Cáceres (214 km de Cuiabá), na manha desta quinta-feira (31), para investigar supostas vendas de sentenças que teriam ocorrido em favor de pessoas que respondem pelo crime de tráfico de drogas. Ao todo, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão no município. 

Entre os alvos, além de advogados, está o juiz federal Raphael Cazelli de Almeida Carvalho. Os agentes estiveram na residência e no gabinete do magistrado. Ele foi detido administrativamente para prestar esclarecimentos sobre o caso. 

Carvalho vinha sendo cotado para substituir em Cuiabá o ex-juiz federal Julier Sebastião da Silva (PMDB), que em abril deste ano pediu exoneração do cargo com o objetivo de disputar a eleições como candidato a governador do Estado. Alguns meses depois, o bloco político da base governista escolheu o ex-vereador por Cuiabá, Lúdio Cabral (PT), para concorrer ao Paiaguás pelo grupo.

De acordo com informações preliminares, três advogados teriam sido detidos na manhã de ontem, após a expedição de mandados de prisão temporária decretadas pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região. 

O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso (OAB-MT), Maurício Aude, informou não ter conseguido confirmar com a Polícia Federal que houve, de fato, prisões de advogados, já que os nomes não foram confirmados. 

Aude ainda acrescentou que a OAB não foi notificada para acompanhar as diligências da PF e que designou um conselheiro de Cáceres para buscar mais informações sobre o assunto. O presidente também assegurou, no entanto, que, caso as detenções tenham ocorrido de fato, acionará o Tribunal de Ética e Disciplina da OAB para analisar o caso e se as prerrogativas dos juristas em seus recolhimentos foram respeitadas.