-o uso torna o órgão mais resistente ao infarto agudo do miocárdio
Alcione Lescano de Souza Júnior, professor de Fisiologia e Fisiopatologia do curso de Enfermagem da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) há oito anos, concluiu através de sua tese de doutorado que “o coração pode ser blindado com óleo de peixe” e sua descoberta foi parar na revista de circulação nacional “Saúde”, da editora Abril, com destaque na capa da publicação do mês de maio de 2014.
De acordo com o professor / pesquisador a tese buscou resposta para a pergunta: “Como seria o comportamento do infarto agudo do miocárdio em uma situação de suplementação prévia com óleo de peixe que é fonte de ácidos graxos ômega 3?” Após a realização do projeto que utilizou ratos de laboratório como cobaias que receberam óleo de soja, água e sal ou óleo de peixe por 20 dias, Souza Júnior observou que: “O grupo do óleo de peixe apresentou uma área de infarto 23% menor em relação aos outros animais”.
Ainda houve uma perda inferior das células que ajudam a bombear o sangue. “E, nesse contexto, o risco de morte cai”, explicou Souza Júnior que também afirmou que o efeito observado, das células com mais energia, reduziriam as possíveis complicações no caso de uma cirurgia cardíaca.
“O óleo de peixe pré-condiciona o coração a ser mais resistente a falta de oxigênio e este efeito acontece em curto período de suplementação, 20 dias. A suplementação poderá servir para proteger o coração de pessoas que passarão por cirurgia cardíaca, quando falta oxigênio temporariamente para o órgão. Mas ressalto que os efeitos observados no meu trabalho devem ser testados em humanos sob todos os critérios de segurança e ética para o uso da suplementação com a finalidade de blindagem do coração com óleo de peixe”, advertiu o pesquisador.
Souza Júnior é Graduado Farmacêutico pela Universidade de Cuiabá e Mestre e Doutor pela Universidade de São Paulo (USP). Sua tese de doutorado teve apoio financeiro da Fapesp, CNPq, Capes, Naturalis®, e Unemat e foi supervisionada pelo professor, doutor Rui Curi (Instituto de Ciências Biomédicas - ICB, USP) em colaboração com a professora Maria Claúdia Irigoyen (Laboratório de Hipertensão do Incor, São Paulo-SP) e dos professores doutores Jorge Mancini e Rosângela Pavan, ambos da Faculdade de Farmácia da USP.