A mirassolense Ângela Cristina, falecida na Bolívia, após complicações cirúrgicas de lipoaspiração, chegou as 16:30 hs de ontem(11/09) no Brasil.
Após intermináveis dias naquele país, o corpo foi liberado pelas autoridades bolivianas, onde partiu de Santa Cruz de avião, chegando as 14:00 hs em San Matias.
De San Matias até Mirassol D’Oeste o trajeto se deu de carro, onde o corpo foi velado.
O enterro aconteceu no início da manhã de hoje.
Entenda o caso.
A morte de uma mato-grossense de 34 anos durante uma cirurgia plástica em uma clínica particular na Bolívia está sendo investigada pelo Ministério Público do país. O óbito aconteceu na última quarta-feira (27) e até ontem o corpo de A.C.P. não havia sido liberado.
A família da mulher, que mora em Mirassol D’Oeste (283 km de Cuiabá), está na capital boliviana para acompanhar o caso. De acordo com as informações, A.C.P. era casada, mãe de três filhos e não estava feliz com o corpo.
Ela começou a buscar por clínicas na Bolívia que oferecessem cirurgias plásticas, e encontrou uma clínica particular em Santa Cruz de La Sierra, que realizava uma lipoaspiração por R$ 5 mil. O marido dela, segundo uma fonte do Diário, teria oferecido R$ 10 mil para que ela não realizasse o procedimento. “Ele disse que dava o dobro para ela comprar uma moto. Ele também disse que ela não tinha um corpo que precisasse desse tipo de procedimento, mas ela não aceitou e foi. Ela era muito bonita, não tinha necessidade disso, mas vaidade é complicada”, contou.
O promotor boliviano José Parra, que acompanha o caso, informou que o corpo demorou três dias para chegar até o necrotério do hospital San Juan de Dios, onde os legistas e policiais conduziriam as investigações que determinariam a causa da morte. A possível negligência médica também será investigada.
A família está em Santa Cruz de La Sierra, já que o corpo da mato-grossense não foi liberado para ser trazido de volta ao Brasil. Como o óbito ocorreu em outro país, a Embaixada Brasileira cobra uma série de documentações que estão fora de alcance da família no momento. “Ela não estava de forma ilegal na Bolívia, mas o que se sabe é que a Embaixada pediu diversos documentos, como comprovação de que ela não tinha nenhuma doença contagiosa, autorização para estar no país e outros”, explicou.
Segundo a fonte, existem outros casos parecidos na cidade. Uma jovem que foi enterrada na capital boliviana devido à burocracia para trazer o corpo. Já em outro, a família gastou R$ 27 mil para conseguir que o corpo de um parente chegasse à cidade, o que demorou meses.
A procura por procedimentos estéticos na Bolívia vem se intensificando desde 2008. Os preços baixos, que podem ser até 70% menores que no Brasil, é um dos principais motivos que levam as pessoas buscarem os profissionais do outro lado da fronteira.
Algumas pessoas chegam a ser reunir, em uma espécie de excursão, para realizarem os procedimentos em Santa Cruz de La Sierra. Geralmente elas chegam em grupos, e acompanhadas de quem já realizou um procedimento no local, gostou do resultado e indicou.
HISTÓRIA FELIZ
O performer Peterson Prates, 32 anos, realizou mais de 10 procedimentos, entre cirurgias plásticas e aplicações, na Bolívia. Ele não se arrepende de nenhuma e já tem agendado outro procedimento estético no final do ano. A busca por mudanças começou quatro anos atrás, em 2010.
Segundo Peterson, o interesse de fazer uma plástica sempre existiu e após sua prima colocar silicone em uma clínica boliviana, ele resolveu ir atrás. “A clínica que frequento oferece todo o tratamento ao paciente. O valor já inclui todo o pós, como a troca de drenos, banhos, medicamentos, faixas e exames laboratoriais”, falou.
Para ele, esse foi um ponto fundamental na escolha pelo local. “Como minha prima fez e me falou do processo, não tive medo. Fui lá, e fiquei até o dia que o médico me liberou. Aliás, o paciente só é liberado com a alta médica no pós-operatório”, explicou, lembrando que é dever da pessoa buscar por qualidade, bem como o histórico dos profissionais. “É essencial saber se o local é adequado, se existe uma estrutura para casos de urgência, histórico dos profissionais e outros detalhes. Geralmente as pessoas ficam cegas pelo preço baixo, mas esquecem do essencial”, ressaltou.
Prates afirma que o risco é igual em todos os lugares, mas é preciso buscar locais que estejam preparados. Além disso, ele frisa que o preço não é tudo, e apoia quem deseja fazer uma plástica. No final do ano, ele cruza a fronteira para realizar um implante capital. “Depois de tudo, o seu reflexo no espelho é tudo que você queria”, finaliza.
Por: Diário de Cuiabá