Na foto, o Centro inaugurado em 2010 e nunca utilizado
O secretário de Saúde do município, Wilson Kishi, afirmou na tarde de ontem (14), que espera a liberação do Centro de Reabilitação de Cáceres o mais breve possível . O local foi interditado pelo Ministério Público após denúncia de falta de estrutura para funcionamento. “O que aconteceu foi um desencontro de informações. Quando o MPE recebeu as informações solicitadas, a interdição já estava feita. Espero sinceramente que a justiça entenda a situação e libere o local, pois 80 pessoas estão deixando de ser atendidas diariamente”.
O secretário informou que os problemas denunciados foram solucionados. “Há mais de um mês estocamos o Centro de Reabilitação com gel condutor, luvas, material de limpeza. O banheiro foi consertado assim como outros reparos foram feitos. A equipe de profissionais está regular. A demanda reprimida, que era de 400 pessoas, foi zerada”.
O MPE determinou ainda o prazo de 30 dias para que o Centro, que funciona em um prédio alugado na Avenida São João em frente a Unemat, seja transferido para o prédio ao lado do PAM, inaugurado na gestão passada, no ano de 2010. O prédio, além de não estar equipado, sofreu a ação de vândalos que furtaram desde o poste de eletricidade, como a caixa de distribuição de energia e toda a fiação interna. “Estamos correndo contra o tempo para colocarmos o prédio ao menos em condições de funcionamento. Para que ele atenda plenamente, necessita da compra de 106 itens, no valor de R$ 600 mil reais. Os processos de aquisição estão na secretaria competente, A Secretaria de Estado de Saúde, desde janeiro, e nem sequer foram licitados. Nós faremos a mudança com o que temos disponível para então ir aparelhando conforme as licitações ocorram e as compras sejam feitas. A burocracia emperra o sistema. Nossa preocupação agora é a liberação do Centro da Cavalhada, ao mesmo tempo que cuidamos da mudança, para a qual teremos que requerer um prazo maior de tempo”.
Kishi explicou que desde 2013 a atual gestão tem tentado junto ao governo do Estado -que construiu o prédio e que tem a responsabilidade de equipá-lo, para que então o município o administre- fazer a recuperação do local, que foi simplesmente abandonado após sua inauguração. “Não se trata de jogo de empurra. Trata-se de responsabilidades. Ao município cabe administrar o prédio equipado. E a administração começou a cuidar disso tão logo assumiu, mas o sistema não anda”.
Consultoria
Para ajudar a resolver problemas como esse –a lentidão da máquina, os entraves da burocracia, o município licitou e conta, desde segunda-feira, 13, com os serviços da empresa Excelência Assessoria de Gestão em Serviços de Saúde, que está no mercado há 22 anos e dá consultoria há oito prefeituras no Estado. O diretor-técnico da empresa, Aloísio dos Anjos, informou que muitas prefeituras estão buscando consultoria para a saúde, setor que apresenta problemas a nível nacional.
A morosidade e a burocracia do sistema, que gera constantes perdas de recursos no Fundo Municipal de Saúde, levou o prefeito Francis Maris a tomar a decisão de contratar a empresa. “São muitos processos parados –o que muitas vezes ocorre pelas constantes mudanças de leis. O sistema anda muito rápido e não há como capacitar o servidor para acompanhar as mudanças. A empresa está trabalhando para auditar os problemas da pasta da Saúde e indicar as soluções, cobrando a execução.”-explicou o prefeito, afirmando que espera que a empresa, contratada por um ano, com contrato prorrogável por mais um, possa tornar o sistema ágil e eficiente, para solucionar os problemas crônicos da pasta e atender a demanda no setor.