movimento inicia quando prefeitura inicia mutirões de combate
Agentes de combate e prevenção da dengue suspenderam as atividades, em Cáceres, por falta de materiais de trabalho.
Eles reclamam que, falta desde uma simples pipeta – material usado para coleta de larvas, para análise em laboratório que custa, em média, R$ 0,20 a unidade, até boletins de registro diário das atividades. É a segunda paralisação da categoria, pelo mesmo motivo, neste ano.
Além disso, denunciam a falta de água e até sanitários no prédio da Vigilância Sanitária. Secretário municipal de Saúde, Wilson Kishi, diz que não tem conhecimento do movimento.
Os 48 agentes decidiram, por unanimidade paralisar, por tempo indeterminado, no dia 29 de outubro, afirmando que só retornam, depois que a administração fornecer materiais para que possam dar continuidade aos trabalhos.
“É lamentável termos que quebrar todo um ciclo de trabalho, por falta de materiais. Mas, não temos outra alternativa” justifica o coordenador Claudinei de Souza Ferreira, informando que, a deficiência do setor, foi comunicada à administração, através da Secretaria de Saúde, pelo menos, 14 vezes, desde o mês de maio.
“Foram encaminhados, à administração, desde o dia 5 de maio, pelo menos, 14 memorandos, informando sobre a necessidade dos materiais” diz Claudinei lembrando que na vigilância, falta de tudo: pivetas, para coleta de larvas, formulários para inserções de informações sobre evolução da dengue nos imóveis, lanternas para auxiliar na iluminação dos depósitos, além de papel, lápis, caneta e outros.
Ficou decidido que, durante o tempo em que as ações estiverem paralisadas, os agentes só se reúnem na sede na vigilância, no início da manhã para avaliar a situação. Em seguida são liberados. O coordenador explicou que, tomaram essa decisão porque, no local não existe água e sequer sanitário.
“Não temos como manter o pessoal no local. Aqui não tem água. O bebedouro foi comprado com recurso dos agentes e até a água nós que compramos. Sem contar que o sanitário do prédio está interditado há mais de um ano, sem que nenhuma providência seja tomada para sanar a situação”.
Em um dos memorandos encaminhados à administração, os agentes frisam que “apesar das dificuldades, pela falta de equipamentos, mantivemos nos dois últimos ciclos de trabalho, o índice de manifestação predial pelo aedes aegypti, dentro do que é preconizado como satisfatório pelo Ministério da Saúde. No primeiro ciclo, correspondente aos meses de julho e agosto, o índice foi de 0,7% e, no segundo ciclo, correspondente aos meses de setembro e outubro foi de 0,89% quando o limite do M.S é de até 1%. É lamentável termos que quebrar todo ciclo por falta de materiais de trabalho”.
O que é pior, a administração encarrega a coordenação de Vigilância Sanitária para resolver o problema. Em resposta em um dos ofícios, enviados pelos agentes, a coordenação Administrativa da Secretaria de Saúde, solicita que os agentes entrem em contato com a empresa vencedora da licitação para aquisição dos equipamentos, para que viabilize a entrega dos produtos.
“Eles querem que nós resolvemos o problema. Ora, não temos essa competência e também não é nossa atribuição” afirma Claudinei.
Procurado pela reportagem, o secretário de Saúde, Wilson Kishi, diz que não tem conhecimento da paralisação. Disse que iria se informar e depois retornar a ligação. Não o fez.