Nos últimos dias, uma fruta exótica de sabor doce e de coloração rosada ou amarelo-alaranjado começou proliferar pelos quintais e ruas .São as mangas que caíram no paladar de boa parte dos mato-grossenses e hoje são incluídas nos mais diferentes menus, como saladas, geleias, tortas, sucos e sorvetes. Verde ou madura, a manga proporciona diversos benefícios à saúde. 

Em MT, as árvores frondosas e carregadas de frutos podem ser vistas, aos montes, em pequenos ou grandes quintais, em chácaras e fazendas, além de estarem presentes em espaços públicos como parques, praças, às margens de córregos e pelas calçadas das ruas e avenidas da cidade. "É uma fruta macia e doce. Aprendi a comer a manga desde criança e não esperava nem caírem no chão. Eu e meus irmãos subíamos no pé e lambuzávamos bocas e mãos", comentou a auxiliar de enfermagem Sandra dos Santos, de 46 anos, de Cuiabá.

Sandra conta que em sua casa havia uma mangueira com mais de 30 anos. Entretanto, a árvore teve que ser cortada por conta de obras que foram feitas no terreno. As raízes eram muito grossas e tivemos que cortar para construir um muro. Mas, a mangueira tinha uma copa enorme e dava muitas mangas, lembrou. As mangueiras são de grande porte e podem atingir entre 30 e 40 metros de altura. 

Considerada a rainha das frutas tropicais, a manga também é uma das frutas preferidas das vendedoras Paula Silva, de 37 anos, e Amanda Mello, de 22 anos. A minha preferida é a Bourbon, disse Paula. Eu prefiro mais a Comum. Ela verde, meio verde, madura e com sal fica uma delícia, acrescentou Amanda Mello contando que havia levado uma sacola cheia com a fruta para as colegas de trabalho. Hoje (quinta-feira passada), a manga vai ser o nosso lanche da tarde, afirmou. 

A vendedora ainda dá uma dica de como aproveitar bem a fruta. Você pega a manga bem madura, tira a popa, côa e congela. Come gelado mesmo, como se fosse um picolé, sugeriu. 

Nativa da Ásia, mais precisamente da Índia, os frutos da mangueira disseminaram-se pelo País. De acordo com o professor da área de Fruticultura da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), João Pedro Valente, a planta foi trazida ainda época do descobrimento do Brasil pelas caravanas portuguesas e se adaptou muito bem ao terreno brasileiro por conta do clima tropical. “A planta é de origem asiática e tem capacidade de adaptação muito grande as diversas temperaturas e solos, informou. 

Conforme Valente, uma das teorias sobre a chegada da fruta em Mato Grosso é de que ela foi trazida por garimpeiros baianos, uma vez que a manga bourbon, uma variedade resultante do cruzamento de duas outras espécies que vieram de fora, se estabeleceu primeiramente na Bahia. No Estado, há muita bourbon, trazida pelos garimpeiros na forma de fruta para consumir, comentou. 

No Brasil, conforme ele, as mangas são encontradas em grande diversidade. Mas, entre as variedades mais cultivadas em pomares comerciais estão as Haden, Tommy Atkins, a Palmer, Bourbon, Espada e a Manga Rosa, as últimas três nacionais, mas de origem indiana. 

Ainda no cenário nacional a manga está entre as frutas mais exportadas para a Europa, além dos Estados Unidos (EUA). Os maiores produtores são a Bahia, Pernambuco, Ceará, São Paulo e Minas Gerais, comentou. As outras mais enviadas para fora do país são a uva, mamão, laranja na forma de suco, abacaxi e melão. 

No Centro-Oeste, dados da Produção Agrícola Municipal/2012 (PAM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram Mato Grosso como um dos maiores produtores, embora a comercialização seja bem aquém ao Nordeste, maior região produtora da manga no País. 

Conforme o PAM/2012, o Centro-Oeste destinou 311 hectares à colheita da manga. Toda a área foi colhida, resultando numa produção de 3.745 toneladas. Em Mato Grosso, foram destinados 120 ha, com toda a área colhida foram produzidas 1.773t.