O câncer de mama é o mais comum entre as mulheres, respondendo por 22% dos casos novos a cada ano. Porém, se diagnosticado em estágios iniciais, quando as lesões são menores de dois centímetros de diâmetro, apresenta elevado percentual de cura. Para isso, basta que a mulher, especialmente, a partir dos 40 anos faça o exame de mamografia. Até dezembro de 2014, 1.257 pessoas estavam em tratamento contra a doença, em Mato Grosso.
É com o intuito de lembrar a importância da realização da radiografia da mama que hoje (05) é comemorado o Dia da Mamografia. Porém, no Estado, ainda há muito que avançar. De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia em Mato Grosso (SBM/MT), Aguiar Farina, o índice de mamografias realizado no Estado é baixo. “A cobertura não é boa e não atende a quantidade de mulheres que precisam fazer o exame com regularidade”, disse.
Ao menos três fatores explicam a baixa cobertura. A primeira delas é a falta de conhecimento por parte da população feminina. “A mulher não procura fazer o exame por falta de informação”, reforçou. “Em mais de 50% dos casos quando detectado o tumor já está em estado avançado”, acrescentou.
Os profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo os que atuam em áreas como clínica médica, também precisam fazer o encaminhamento da mulher para o exame. Outro fator importante é a disponibilidade do mamógrafo para atender a demanda em todo o Estado. “São poucos aparelhos em Mato Grosso”, afirmou.
Em 2014, 23.317 mamografias foram realizadas em Mato Grosso, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Em todo o Estado, a rede pública conta com 47 mamógrafos, dos quais 44 em uso (três apresentam problemas). Na rede privada, são disponibilizados outros 39 aparelhos.
A SBM recomenda que a partir dos 40 anos a mulher faça a mamografia uma vez por ano. “O exame deve ser feito todo ano, mesmo que a pessoa não apresente nenhum sintoma. O autoexame ajuda bastante, mas ele sozinho é pouco eficaz”, alertou Farina. O mamógrafo permite detectar lesões ainda muito pequenas, na fase inicial do câncer, em que o tumor não é palpável.
Conforme Farina, em regiões, como a Holanda, onde as mulheres realizam a mamografia regularmente, conseguiram reduzir em 50% o índice de mortalidade da doença. “Com o diagnóstico precoce a chance de cura é maior. A mamografia é um exame bastante eficaz”, reforçou.