O diretor-executivo do Hospital São Luiz, Onair Nogueira, confirmou na tarde de hoje,5,a paralisação dos médicos que atendem pelo Sistema Único de Saúde. Os médicos param de atender nesta sexta-feira,6. Eles se reuniram por várias vezes com o diretor e hoje comunicaram a paralisação, que acontece porque os médicos estão sem receber do SUS há quatro meses. "Não tenho mais argumentos-disse o diretor-eles querem o que é um direito deles, receber pelo trabalho".
Com a paralisação, ficam suspensas as consultas e cirurgias eletivas, e mantidos apenas os atendimentos de urgência e emergência.
Segundo Nogueira, desde o mês de setembro do ano passado, o governo do Estado não efetua os repasses devidos ao hospital e o débito passa de 5 milhões de reais.
Cerca de 90% dos procedimentos realizados pelo hospital são da rede pública.
O hospital realiza, em média, 570 internações, 750 consultas e 250 cirurgias eletivas, pelo SUS, mensalmente, atendendo pacientes de 23 municípios da região e até de Rondônia e da Bolívia.
Onair Nogueira afirmou que após receber o comunicado da paralisação, informou a situação aos órgãos competentes, como Escritório Regional de Saúde em Cáceres, Secretaria Municipal de Saúde e também ao Ministério Público Estadual.
O diretor-técnico do Hospital São Luiz, médico Wanderlei Vitorino da Silva, confirmou a paralisação, informando que cerca de 20 médicos param, sendo 14 deles, da equipe de ginecologia e obstetrícia, que atendem a gravidez de alto e baixo risco, além de consultas e cirurgias da área de ginecologia, e mais seis médicos da equipe de cirurgia geral. O hospital atende ainda através do SUS, a Unidade de Terapia Intensiva neo-natal, mas o setor não para por ser atendimento de urgência e emergência.
O outro Hospital da cidade, o Regional, que atende apenas pelo SUS, também está com repasses atrasados, mas em situação menos complicada que o São Luiz, pois o governo estadual fez repasses ao HR mais recentemente. O Hospital São Luiz, além do SUS, atende particular e alguns planos de saúde.
Onair Nogueira demonstrou muita preocupação com a situação. "O atendimento tem muita demanda. Será o caos"-desabafou.