Diario de Cáceres | Compromisso com a informação
Amor, (e) terno (?) amor!
Por Por Edson Flávio
01/08/2012 - 10:22

É lindo ver amor de novela, não é? Tudo é perfeito, tudo é lindo. Mas não é de amores de novela que vou conversar com vocês hoje, é sobre amor de verdade. Amor real, desses que começam quando a gente menos espera... Vou tratar aqui do amor como sentimento que abrange todos os nuances do querer bem, do querer alguém pra sempre do lado. Do desejo incrível e impensável de sentir-se amado e amar. E amar, supõe conhecer o amor. Que é um sentimento forte que nasce quando conhecemos alguém que mexe com a gente. Deixa a respiração profunda, o coração acelerado e a cabeça vazia! Entramos na fase 1: conhecer! É, a cabeça fica vazia que a gente não vê diferenças. Pouco importa o mau hálito, o chulé, os hábitos estranhos. Nós nunca vamos parar para pensar nisso! Perceber, conhecer, entender a outra pessoa é tarefa perene e diária. Não tem momento. Casais que estão juntos há 10, 20, 30 anos, ou 1, 2, 3 meses ou anos, todos podem dizer com a máxima certeza que cada dia conhecem mais seus cônjuges. Experimentam essa alegria da descoberta diária do conhecer-se, através do amor. Pois o amor nos torna dóceis ao conhecimento. Ele nos instiga o desejo de conhecer mais, para amar mais. E isso não vale só para os casais casados ou namorados. Só se ama bem aquilo que se conhece bem! E o amor é um sentimento que nutre-se dessa novidade: do conhecer-se. Uma nota: O amor é simples, mas necessita de aprendizado. Um aprendizado ad aeternum. É algo que começa no olhar e não termina nunca. Quanto mais se conhece, mais se ama ou não! Entramos na fase 2: conviver! Não resolve nosso dilema apenas dizer que o amor é aprendizado pra toda vida e que cada dia se aprende mais sobre o próprio amor e sobre quem a gente ama. Sim! Porque ninguém ama sozinho. Mesmo que seja um amor não correspondido, há sempre o outro lado, que não ama, que despreza, que repudia, que se vangloria mas que não co-responde! Triste? Sim, triste. Mas não o fim. Não é o fim porque esse sentimento, O AMOR, ele NÃO CHEGA PRONTO! E por isso é tão necessário aprender a amar. Lidamos com o Amor como se este fosse algo fácil de se lidar. Tudo é uma questão de combinação: tempo de espera, ingredientes certos, dedicação, cuidado, e por ai vai. Não há receita certa. O amor é assim: não há regras, mas existem modos de se aprender sobre o amor. De se perceber esse amor. Até mesmo o outro lado. O que não ama? O que não percebe? O que não co-responde? Esta pessoa também aprendendo uma face do amor. Lógico que por outra via. Ah! e tem isso: o amor, as vezes, escolhe vias não muito “agradáveis” de se fazer entender. Mas... nós, que amamos e estamos aprendendo a amar, estamos aqui sempre nessa “(des)ventura” de experimentar o amor. E estejamos livres de (pré)conceitos! Sempre é bom dar asas ao amor e conviver! Entregar-se sim! Mas, com reservas. Não precisamos entender tudo sobre o amor numa noite! Guarde pro dia seguinte. Mamãe sempre diz, numa lição de administração familiar, quem economiza hoje sempre tem pra amanha! Façam o teste. Guardem sempre um pouco de amor pro dia seguinte. Não estou dizendo pra não amar. Pelo contrário: ame, ame muito, mas com moderação. Tudo que é demais enjoa ou acaba logo! Entramos na Fase 3: Aceitar! Bem, nem sei direito e nem posso afirmar se realmente o amor acaba, sabe... igual quando acaba um doce, um sorvete, um pudim! Acaba mas sempre deixa um gostinho de quero mais ou de nunca mais. O amor, esse sentimento que nutriu nossos dias, meses, anos, muitos anos, pode um dia mesmo chegar ao fim? Depois de minhas consultas, descobri que o amor acaba do jeito que veio... e, lembremos que ele não veio pronto! Ele foi sendo feito com sangue, suor e lágrimas. E se desfaz seguindo os mesmos passos. O amor, como tudo que nos rodeia e temos em nós, é uma construção. Nós construímos e destruímos o amor. Aos poucos vamos demolindo a estrutura forte, ou não, onde habitávamos tranquilamente. Somos nós os arquitetos de nossas vidas, sem dogmatismos religiosos, estou falando agora de pessoas que se amavam, desejavam-se e hoje não se importam mais uma com a outra. Acabou o desejo de estar junto, de pensar em, a vontade de chegar do trabalho e cair nos braços amados e de noite dormir de “conchinha”! Foi-se removendo pouco a pouco tudo que “construía” esse amor... As gentilezas passaram, os olhares doces, as declarações apaixonadas, a paciência... É o fim da linha! Queríamos nós todos um amor inesgotável, e no fundo eu desejo isso mesmo, pra mim e pra todos nós. Por que precisamos de amor, não só de sexo. Nós precisamos de carinho, de atenção, da companhia do outro, da presença, do toque, do abraço, do beijo, do calor do abraço, é nestas formas de expressão físicas que temos a manifestação tácita do amor. Mas, infelizmente, o amor acaba devido a percursos mal feitos, palavras mal explicadas, “atos falhos” mal pensados, ou quando alguma coisa não saiu do jeito que a gente queria... ou ainda simplesmente mas não tão simples assim, muitos dizem ser este o maior motivo, o sentimento que parecia infinito deixou de existir. O amor acaba sim, mas não acaba de uma vez, até porque o amor não nasceu de uma vez. Ele vai acabando aos poucos. O amor acaba, acaba aos poucos, mas não sai de nós. Como uma marca indelével, ficam conosco todas as lembranças, boas e ruins desse amor, que nos servirão, talvez, para “construirmos” uma nova história. Entramos na última fase: Ressurgir! Mas, um conselho: lugar de entulho é no lixo. Se essas lembranças servem apenas para atrapalhar sua vida, jogue-as todas fora! Liberte-se. Livre-se da tristeza. Abra-se ao novo, abra-se ao amor que vem todos os dias, basta olhar, conhecer e conviver! Seja feliz sempre! Pois só consegue amar de verdade outra pessoa, quem consegue ser feliz sozinho, mas não quer ser feliz sozinho a vida toda!!! Continuo desejando, para todos nós, um amor inesgotável... e se não for inesgotável...que seja como disse Vinícius de Moares... “eterno enquanto dure”! Abra os olhos todos os dias para a novidade da vida!!! (o autor é professor, redator oficial, poeta e cerimonialista em Cáceres)
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