O jovem Rafael Jonnier representa a nova geração de artistas plásticos que vai se impondo
Ele mistura mundos e reflete seus traços com a ideia psicodélica. São em seus desligamentos do instante, pelos sonhos, abstrações e imaginações que surge o trabalho impecável do artista plástico Rafael Jonnier. Sua criatividade vem do Pop Art e evoluiu para o que chama de “novo mundo”, a partir de experiências vividas, e que conta com estilo próprio, em multicores.
Suas referências vêm de Cáceres, onde estão suas origens, e de lá traz a bicicleta e a caixa de verdura como símbolos, além de personagens que marcam seu trabalho artístico: a “Princesinha do Rio”, o “Pescador de Sonhos” e a filha do casal, a “Princesinha”.
Ele se atenta para não se prender a estilo algum e representa a nova geração de artistas plásticos. Também encara como uma maneira de ganhar seu sustento, sendo mais que artista, um empresário, que tem uma rotina e equipe para administrar os seu trabalhos.
Independente de como conduz sua proposta, ele não deixa de ser um artista de talento, que deixou os programas gráficos e o perfil de designer de interiores e se redescobriu nas artes plásticas, com a produção em tela, papel, arte urbana, em muro, utilizando da tinta acrílica, em sua maioria, também a óleo e o spray para o grafite.
Esta descoberta veio como uma explosão de sentimento, um impulso assertivo da arte que conduz de forma natural, durante o evento “Cadeiras na Calçada”, na feirinha da rua 24 de Outubro, em Cuiabá.
E foi nesta calçada que muita gente notou o trabalho dele, enquanto teve a ideia de fazer um varal decorativo com seus desenhos em papel A4, onde conseguiu, sem intenção, vender vários desses trabalhos expostos.
Na segunda edição já pintou uma tela e também a vendeu. Daí pegou gosto e não parou mais. “Pensei: eu nunca vendi um trabalho de pintura. Só fazia projetos de logomarca, de identidade visual, projetos de decoração de ambiente, então porque não começar a comercializar minhas telas?”, conta Jonnier.
Nesta época ele dividia um escritório de designer com Elini Jaudy, na rua 24 de Outubro, mas saiu para se dedicar a seu novo projeto de vida e já sobrevive dela há dois anos, pelo menos, desde quando assumiu as artes plásticas.
Com dom nato, ele pinta e desenha desde criança. Quando tinha oito anos ele criou seu primeiro objeto em arte, quando transformou a bicicleta da avó, colorindo toda ela, como presente.
Agora esse jovem de 24 anos atua num mix de técnicas, aquilo que até então era um hobby.
Esta descoberta de seu trabalho rendeu até um convite, em 2014, para fazer exposição numa Bienal em Florianópolis (SC), representando Mato Grosso com a temática sobre arte urbana. Porém decidiu não seguir para Floripa, por acreditar não ser o momento de expor.
“Eu quero que as pessoas me vejam como um artista plástico multifacetado. Muitas pessoas veem as artes plásticas como um hobby apenas, e hoje eu a vejo como uma empresa”, pontua Jonnier.
Pensando desta forma ele abriga seu trabalho num ateliê na rua General Teófilo de Arruda, 293 A, no bairro Duque de Caxias, há um ano. É composto por uma equipe de designer de produção, por Edilson Soares, Fernada Leal, que é a assessora pessoal, e a assessora de imprensa, Titany Moraes,
O espaço “Rafael Jonnier Ateliê” já está funcionando, mas não inaugurou. Era para inaugurar no mês de abril, no entanto, por conta da demanda de trabalhos deve ser aberto de fato para visitação até o final deste ano.
De suas referências ele cria chapéu com árvore, uma canoa que tem asas e da roda e partes da bicicleta cria um lustre, aproveitando-se também da madeira da caixa de verdura.
A maioria das coisas produzidas, desde a decoração de seu ateliê, leva a sustentabilidade consigo. Além das luminárias, as paredes são revestidas pela madeira da caixa de verduras, ainda a intervenção decorativa na parede da entrada, nos cabelos da pintura da “Princesinha do Rio”.
Este efeito faz parte da essência de Jonnier, quando trabalhou, dos 12 aos 15 anos de idade, na feira do município de Cáceres. Era conhecido pelos mais íntimos e até hoje como Chico Bento, tal como conta sorrindo pelo seu passado ao que ele encontra atualmente. “Isso porque eu morava no sítio, trabalhava na feira, era gago e tinha cabeça grande, então me chamavam de Chico Bento. Eu não gostava, mas tive que me acostumar”, diz.
O hiperativo e sonhador Jonnier é um cara que reconhece as qualidades próprias e de outras pessoas, gosta de compartilhar a sabedoria, de conversar muito, um cara que tem uma jornada pela frente.
“Eu sou muito desligado deste mundo. Vivo com o caderno de desenho nas mãos, pois as coisas vêm muito rápido em minha mente e eu tenho que anotar tudo para depois criar”, revela.
Dentre a riqueza de títulos, cores em telas, há títulos como “O Casamento”, “O Lado Preto e Branco”, “O Divino Espírito Santo” e “O Sagrado Coração”.
Tem “O Pescador de Sonhos numa Vitória Régia”, “Carmem Miranda da Feira”, “A princesinha com os Balões Mágicos” e “A Monalisa da Chapada”.
Na parede expõe até um violão todo pintado, que é uma concepção de ideias, e será encaminhado para João Bosco e Vinícius, por encomenda de um produtor. Enfim, Jonnier é um jovem talento que vai dar o que falar.
Para conhecer seu trabalho o telefone para contato é o (65) 3025-5086 ou (65) 9968-3795.