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Médicos não conhecem a hanseníase
Por Diário de Cuiabá
12/08/2015 - 07:06

Foto: ilustrativa

Com coeficiente de detecção de 9,12 casos para 10 mil habitantes, Mato Grosso mostra que tem um grande desafio para atingir a meta de eliminação da hanseníase proposta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) ainda para o ano de 2000, que é de um paciente para 10 mil pessoas. 

Um dos principais obstáculos no combate à doença, segundo especialistas, é a falta de preparo dos próprios médicos que fazem os primeiros atendimentos aos pacientes, já que a detecção precoce é considerada fundamental para a eliminação da popularmente conhecida “lepra”. Porém, essa identificação esbarra-se na falta de profissionais qualificados. 

“Falta capacitação profissional para o combate da hanseníase. Os médicos de todos os níveis (atenção básica, média e alta complexidade) não conhecem a doença”, afiançou a doutora Luciana Neder, do Hospital Universitário Júlio Muller (HUJM). 

Ela diz que, somente na última segunda-feira (10), atendeu cinco pacientes com a doença, sendo que quatro já estavam com sequelas graves. “Dois deles estavam andando pela rede há dois anos”, relatou. 

Ontem, em uma reunião com a reitoria da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), em Cuiabá, representantes da OMS e da Fundação Nippon, sediada em Tóquio, no Japão, mostraram-se dispostos a ajudar o Estado a traçar estratégias para o controle da doença, também conhecida como lepra. “Nosso presidente da Nippon Foundation tem a vontade muito forte de cooperar com Mato Grosso”, disse Etsuko Kita MD/Phd, da Sasakawa Memorial Health Foundation. 

A reitora da UFMT, Maria Lúcia Neder, destacou a importância da parceria. “Todos sabem que Mato Grosso ainda não tem essa doença erradicada. Nós temos essa preocupação em trabalhar conjuntamente num acordo de cooperação junto com os governos estadual e municipais, para que possamos estabelecer um programa intenso e forte no combate a essa doença”, 

Já o diretor-executivo da Fundação Nippon, Tatsuya Tanami, que representou o embaixador da OMS para Eliminação da Hanseníase, Yonei Sasakawa, destacou que a elaboração do plano de ação é importante para que a entidade japonesa possa estudar a melhor forma de cooperação. “Um dos desafios são quanto às novas descobertas de casos”, observou Tanami, que também esteve anteriormente reunido com o Governo do Estado. 

No Brasil, são diagnosticados 30 mil casos da doença ao ano. “Em termos do Brasil posso dizer que o número de portadores da hanseníase referentes às novas descobertas está diminuindo. Mas, se considerarmos, por exemplo, a Índia e a Indonésia, que são países grandes também, neste caso, eu diria que é um número alto”, avaliou Kita. 

PRECONCEITO – Além da luta contra a própria doença, outro eixo apontado pelos integrantes da Fundação Nippon é o combate à discriminação aos hansenianos, que ainda não foi reconhecida como violação de direitos humanos porque os pacientes e suas famílias mantêm-se resignados ou escondidos da sociedade. 

 

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