Mais uma vez a Câmara Municipal se propôs a discutir para tentar resolver o antigo problema do Centro de Atenção Integral à Criança – CAIC. O presidente da Casa, vereador Marcinho Lacerda (PMDB) e os colegas Professor Domingos e Tarcísio Paulino (ambos PSB), receberam na manhã desta terça-feira (07), uma Comissão representante daquela escola, composta de professores e pais de alunos. O objetivo foi traçar uma nova meta, na tentativa de solucionar o problema que ameaça fechar o estabelecimento de ensino que atende à centenas de crianças de vários bairros, além do bairros Cidade Nova, onde está localizado.
O encontro nasceu após um debate que abordou o tema na reunião de segunda-feira (06) à noite, antes da Sessão do Legislativo, quando os vereadores ouviram depoimentos em manifestação de funcionários públicos reivindicando o pagamento de da RGA, quando foi marcada esta reunião de hoje, pela manhã, na sala dos vereadores. Já pós atualizarem os assuntos discutidos nos últimos meses, referentes à situação do CAIC, foi decidido que iriam imediatamente até a Prefeitura falar com a secretária de Educação e ou, de preferência, com o prefeito. O objetivo é a construção de um novo prédio para o CAIC, uma vez que a escola paga aluguel do prédio que atualmente ocupa.
O preside4nte da Câmara, vereador Marcinho Lacerda disse que a demanda da Escola Criança Cidadã é uma reivindicação justa. “Nós temos a obrigação de amparar a luta por uma educação de qualidade e bem estar social, dos profissionais e das crianças atendidas, além da comunidade como um todo. Vamos acompanhar esta luta e torcer para que a escola possa ser construída o mais rápido possível”, afirmou o presidente.
O vereador Professor Domingos julga que esta tentativa de falar o governo municipal foi mais um tijolinho na luta para a continuação de uma escola importante para vários bairros e no contexto do município. “Esperamos que o prefeito tenha a sensibilidade necessária para entender esse problema, fazendo a doação de um terreno. Nós vereadores temos a obrigação de defender os interesses das comunidades e é isso que estamos fazendo”, reiterou Domingos.
A coordenadora pedagógica da Escola criança Cidadão, professora Joana da Silva Santos considerou o encontro com os vereadores muito importante. “Os vereadores se posicionaram positivamente frente a esta questão e se dispuseram a nos acompanhar para tratar do problema com o Poder Executivo. Nós precisamos que a Prefeitura faça a doação imediatamente de um terreno para construir a escola, e não fique condicionando a doação a uma permuta, como tem feito nos últimos meses”, afirmou a professora, se dizendo preocupada em que a escola perca recursos do Estado para a construção de uma nova sede. “É muito importante o apoio da Câmara e dos vereadores neste momento”, salientou Joana.
Resultado da ida à Prefeitura
Segundo o vereador Tarcísio Paulino, mais uma vez ele sentiu que o prefeito de Cáceres não está muito preocupado com a situação do CAIC. “Nós fomos recebidos na Prefeitura [vereadores, professores e comunidade] pela vice-prefeita e pelo secretário geral de governo e a discussão é sempre a mesma: eles dizem que vão falar com o estado”, lamenta Tarcísio.
O vereador também comentou que se o prefeito tivesse vontade de doar uma área para a construção do CAIC, a construção teria início imediato e depois se faria uma discussão com o governo estadual para ver o que é que o Estado quer. “A comunidade não pode pagar por mal entendidos entre Governo e Prefeitura. Nós não podemos perder esta escola”, reforça o vereador.
O CAIC
A coordenadora pedagógica Joana Santos explicou que o CAIC é uma escola que atende a mais de 700 crianças, provenientes de aproximadamente 10 bairros, com 70 profissionais, entre professores, técnicos e auxiliares. “O CAIC tem uma história dentro da comunidade e é um Centro que serve para diversos eventos de interesse comum dos moradores de bairros. Governo do Estado e Prefeitura não estão entendendo o impacto social que irá causar o fechamento desta escola, pois corremos esse risco, caso não se construa o prédio próprio do CAIC. Hoje, o Governo do estado paga R$ 15 mil mensal para o município de aluguel e o prazo para desocupação é o dia 17 de dezembro, conforme o contrato. Fechar o CAIC significará crianças fora das salas de aulas, além de uma comunidade desalojada de atividades comunitárias”, destacou a professora, lembrando que essa escola é uma referência muito grande para as comunidades atendidas, por isso a preocupação de todos, com o possível fechamento.
Problema de longa data
O CAIC é uma escola do Estado, abrigada em instalações do município, há 19 anos. “No ano passado a Prefeitura solicitou o prédio de volta, dizendo que iria utilizar o local para instalar uma creche. Como o prédio possui piso superior, não é local mais indicado para isso, por causa de crianças muito pequenas”, lembrou Joana, destacando que não houve nenhuma preocupação por parte dos dois governos em preparar com antecedência um outro local para funcionar o CAIC. O governo do Estado nos pressionou dizendo que ‘pegássemos nossas pastinhas e fôssemos procurar escolas por aí’. Isso já se prolonga por 19 anos”, conta a professora, informando que não se constrói uma nova escola no município há 40 anos.